AI pede à ONU que restabeleça embargo total de armas sobre a Somália

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2014 13h05

Nairóbi, 4 mar (EFE).- A Anistia Internacional (AI) pediu nesta terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU que restabeleça o embargo total de armas sobre a Somália, já que a suspensão parcial está provocando centenas de vítimas civis por mês.

Conforme explica a organização em comunicado, o embargo internacional, que existia há 21 anos sobre a Somália, foi suspenso parcialmente em 2013 para permitir o governo a importação de armas leves, acordo que deve ser revisado na próxima quinta-feira.

“Os fatos já dizem tudo. A segurança do povo somali continua sendo extremamente volátil, e o fluxo constante de armas para o país está avivando a violência armada e os abusos aos direitos humanos”, afirma a diretora adjunta da Anistia Internacional na África, Michelle Kagari.

Em sua opinião, permitir a chegada de armas leves à Somália, com os fracos controles que pode exercer governo, “é uma receita para o desastre”.

Desde que “relaxou” o embargo, em março do ano passado, as armas que supostamente devia receber o Executivo somali foram desviadas para grupos radicais islâmicos, como Al Shabab, responsável pela maioria dos atentados cometidos no país.

Os ataques com granadas foram duplicados, os assassinatos seletivos são diários, e já são 600 mortes por mês, expõe o comunicado.

As armas desviadas do exército estão “amplamente disponíveis” nos mercados privados porque “o governo da Somália foi incapaz de cumprir seus compromissos”, critica Michelle.

“As forças de segurança não foram reforçadas, e os relatórios indicam que foi permitido que as armas caiassem nas mãos de grupos armados que cometem atrocidades”, lamenta.

Por este motivo, a Anistia Internacional insiste em restaurar o embargo total de armas, e exige a criação de estritos controles de vigilância para as exceções nas quais se permitam transferências ao governo. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.