Papa classifica escravidão moderna como crime contra humanidade

  • Por Agencia EFE
  • 02/12/2014 11h50

Cidade do Vaticano, 2 dez (EFE).- O papa Francisco qualificou nesta segunda-feira como crime contra a humanidade todas as reformas de escravidão moderna, como a prostituição, o tráfico humano e a venda de órgãos, durante a cerimônia de assinatura de um acordo com líderes de vários confissões religiosas para erradicar esta praga no mundo antes de 2020.

“Declaramos em cada um de nossos credos, que a escravidão moderna em todas suas formas, prostituição, trabalhos forçados, mutilação, venda de órgãos ou trabalho de crianças, é um crime contra a humanidade”, disse o papa em seu discurso.

No ato, no qual a Agência Efe esteve presente como único meio de comunicação internacional em espanhol, participaram representantes de várias confissões: o hindu Mata Amritanandamayi; o rabino argentino Abraham Skorka; o rabino David Rosen do Comitê Judaico Americano; o ortodoxo francês Emmanuel; o grande aiatolá iraquiano Mohammad Taqi al-Modarresi; o arcebispo de Canterbury, Justin Welby e representantes budistas, entre outros.

O pontífice argentino explicou que a escravidão moderna, apesar de todos os esforços, continua sendo um “flagelo atroz” e está presente em grande escala no mundo todo, “inclusive no turismo”, e lamentou que este crime “seja mascarado em costumes aceitadas”.

O papa Francisco também denunciou que a escravidão moderna é encontrada “nas ruas, fábricas, apartamentos, cidades e aldeias, nas nações ricas e mais pobres” e que o pior é “que está situação se agrava a cada dia mais”

Suas vítimas são de todas as condições, acrescentou o pontífice, embora “a maioria que sofre são os mais pobres e vulneráveis”.

Fransciso insistiu que “cada ser humano é uma pessoa livre” e “todas as pessoas são iguais e que elas tem que ser reconhecidas com a mesma dignidade e liberdade”.

O papa também lembrou que com a assinatura desta “iniciativa histórica”, as confissões religiosas declararão que trabalharão juntas “para erradicar o terrível flagelo da escravidão moderna em todas suas formas, sexual, psicológica, de homens, mulheres, meninos e meninas, que envolve dezenas de milhões pessoas com humilhação e desumanização”.

O papa realizou uma chamada a todas as nações, a seus líderes e governos, às empresas, e a todas as pessoas de boa vontade “para que se unam a esta luta em todas suas formas”.

Francisco pediu ajuda e apoio sempre “aos idosos, aos refugiados, aos jovens obrigados ao comércio sexual, às mulheres prostituídas por engano e às crianças mutiladas”.

“Asseguro que tudo o que fizeram com meus irmãos fizeram comigo”, asseverou. EFE

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