Alonso não disputará GP da Austrália para evitar síndrome do segundo impacto

  • Por EFE
  • 05/03/2015 11h10
EFE Fernando Alonso após deixar o hospital

A síndrome do segundo impacto, apesar de ser pouco comum, significa que após uma primeira concussão cerebral, um segundo choque, por mais leve que seja, por gerar uma lesão fatal, conforme explicou à Agência EFE o neurologista Xabier Urra.

A precaução a respeito das possíveis consequências dessa síndrome é o que impedirá Fernando Alonso de disputar o primeiro Grande Prêmio da temporada, em Melbourne (Austrália), após sofrer um acidente no Circuito de Barcelona no dia 22 de fevereiro.

Embora uma segunda concussão normalmente apresente um quadro clínico similar ao primeiro, caracterizado pela perda momentânea de consciência e problemas de memória, também pode ter consequências desproporcionais à intensidade do golpe.

As sequelas, que podem chegar a ocasionar a morte, dependem da parte do cérebro danificada, e também “podem gerar uma paralisia”, explicou Xabier Urra, neurologista do hospital Clinic Barcelona e coordenador de Neurologia Crítica e Intensiva da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN).

Esses danos ocorrem devido aos problemas dos vasos sanguíneos para controlar o fluxo de sangue no cérebro que, agravados pelo segundo choque, fazem com que se encha de sangue, sofra um inchaço e aumente a pressão sobre o crânio.

Apesar da gravidade do diagnóstico, Urra afirmou que se o piloto estiver recuperado, o risco de sofrer uma reação desproporcional em uma eventual segunda colisão é baixo.

Segundo o neurologista, se é sabido que existem tais riscos, o melhor é agir de forma precavida e respeitar os períodos de repouso recomendados.

Esse tempo depende do quadro clínico do primeiro impacto. Caso a perda de consciência após o golpe tenha sido de dois segundos, é recomendada uma semana sem atividades que possam provocar uma segunda colisão. Caso a inconsciência se prolongar por um minuto, é aconselhado um repouso de duas semanas.

Esses períodos de descansos não são aplicados desde o momento do acidente, e sim desde que o paciente se encontra recuperado, sem limites funcionais e sem sintomas de concussão cerebral.

“Essas recomendações fazem parte do bom senso, por isso que, quanto mais cauteloso for, mais tempo (de repouso) pode recomendar”, detalhou Xabier Urra. 

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