Anistia Internacional declara que execução de Jabbari é “mancha” para o Irã

  • Por Agencia EFE
  • 25/10/2014 13h57

Londres, 25 out (EFE).- A Anistia Internacional (AI) afirmou neste sábado que a execução da iraniana Reyhaneh Jabbari por matar o homem que supostamente a violentou “é uma mancha sangrenta no histórico de direitos humanos” do Irã.

A organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, denunciou que o enforcamento da jovem de 26 anos, que foi condenada após uma investigação e um julgamento “profundamente defeituosos”, é “uma afronta à Justiça”.

A notícia da morte de Reyhaneh Jabbari “é extremamente decepcionante”, declarou a subdiretora da Anistia para o Oriente Médio e o Norte da África, Hassiba Hadj Sahraoui.

“Tragicamente, este caso está longe de ser pouco comum. De novo, O Irã insistiu em aplicar a pena de morte apesar das graves dúvidas sobre a justiça do processo judicial”, acrescentou.

A AI reiterou sua condenação à pena de morte, que não deveria ser aplicada “sob nenhuma circunstância”.

A Anistia também instou os Estados-membros da ONU a condenar o uso da pena de morte no Irã durante a revisão periódica à qual se submeterá este país na próxima semana.

As autoridades judiciais iranianas enforcaram Jabbari por matar o homem que, segundo ela, tentou estuprá-la, apesar de uma intensa campanha internacional para evitar sua execução.

Organizações como a AI e a Human Rights Watch, assim como a União Europeia, pediram a anulação da sentença por considerar que o julgamento não ofereceu garantias e mais de 240 mil pessoas assinaram uma carta impulsionada pela plataforma Avaaz para pedir a suspensão da execução por entender que a jovem “atuou em defesa própria”.

O relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, também pediu a realização de um novo julgamento por considerar que parte da acusação se baseou em uma confissão que foi obtida com torturas.

Neste último mês, as autoridades iranianas intermediaram sem sucesso para conseguir o perdão por parte da família do falecido, que se negou a exercer a prerrogativa de perdoar outorgada pela “lei islâmica de “retribuição”, que exige o pagamento de sangue com sangue e que impera no Irã. EFE

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