Ex-ministro de Segurança da China Zhou Yongkang é investigado por corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2014 11h41

Pequim, 29 jul (EFE).- O Comitê Central do Partido Comunista chinês (PCCh) anunciou nesta terça-feira que decidiu investigar Zhou Yongkang, ex-chefe dos serviços de segurança da potência asiática e o cargo mais alto a ser alvo de inspeção em décadas, por “sérias violações de disciplina”.

Foi o que o partido comunista anunciou em um breve comunicado publicado pela agência oficial “Xinhua”, no qual utiliza o eufemismo com que o PCCh costuma se referir aos crimes de corrupção.

Zhou Yongkang foi ministro da Segurança Pública entre 2002 e 2007 e membro, entre 2007 e 2012, do Comitê Permanente do PCCh, o restrito grupo que toma as decisões mais importantes na China, que então contava com 9 membros (agora 7), entre elas o presidente e o primeiro-ministro.

O anúncio não diz, por enquanto, que leis infringiram o que foi conhecido como “czar de Segurança” do gigante asiático, que agora conta com 71 anos de idade e sobre quem se levava tempo especulando que o PCCh planejava uma investigação.

As autoridades legais começaram investigações criminosas contra quatro funcionários muito próximos a Zhou, entre eles três de seus ex-assistentes, em julho passado.

Trata-se de Yu Gang e Ji Wenlin, que tinham trabalhado como secretários pessoais do ex-político chinês, e Tan Hong, um de seus seguranças. Os três enfrentam acusações por aceitar subornos.

Antes, as autoridades haviam iniciado investigações contra outros membros do entorno de Zhou, como o ex-presidente da Conferência Consultiva Política de Sichuan, Li Chongxi; o antigo vice-ministro de Segurança Pública, Li Dongsheng, e Jiang Jiemin, antigo responsável da regulação das empresas estatais.

Também foi informado no mês passado que o filho mais velho de Zhou Yongkang, Zhou Bin, de 41 anos, foi detido e enfrenta um possível julgamento por suborno, embora essa investigação não foi confirmada oficialmente.

Zhou Yongkang leva um longo tempo sem ser visto em público apesar ser ainda, pelo menos teoricamente, membro do Politburo – o segundo degrau de poder do Partido Comunista da China, após o Comitê Permanente – e a ter de comparecer, em consequência, às sessões anuais da Assembleia Nacional Popular (ANP) que aconteceram pela última vez em março passado.

Várias publicações não oficiais apontavam há muito tempo que Zhou seria o próximo alvo da extensa campanha anticorrupção promovida pelo governo chinês desde a sucessão de poder de 2013, e que recorre ao lema de combatê-la tanto entre “tigres como moscas”, em referência à indiferença perante a categoria do suspeito.

Até que a investigação contra Zhou foi confirmada, o maior cargo investigado pelo PCCh nas últimas décadas era o ex-líder provincial Bo Xilai, condenado há pouco menos de um ano a prisão perpétua por corrupção e abuso de poder, e quem em seu dia contou com a proteção do próprio Zhou. EFE

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