Manifestação contra Dilma reúne 300 pessoas em Brasília

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 18h15

Brasília, 27 mai (EFE).- Cerca de 300 pessoas se reuniram nesta quarta-feira em Brasília para se manifestar contra o governo Dilma Rousseff e entregaram ao Congresso um documento que exige o início de um julgamento político de impeachment por corrupção.

A manifestação foi convocada pelo Movimento Brasil Livre, que desde o início deste ano realizou vários protestos contra Dilma, a acusando de ter responsabilidade no escândalo de desvio de dinheiro público na Petrobras.

Nos últimos dez dias 30 membros do movimento, nascido em São Paulo, percorreram a pé os mil quilômetros que separam as duas cidades e realizaram manifestações semelhantes ao longo do caminho.

O grupo tinha a pretensão de reunir em Brasília milhares de pessoas, mas, segundo os cálculos da polícia, os manifestantes não passaram de 300, a maioria jovens estudantes.

Caique Mafra, um dos coordenadores do movimento, disse a jornalistas que entregaram ao Congresso um documento de “mil páginas que contém várias análise jurídicas mais do que suficientes” para processar Dilma.

A possibilidade de processar a presidente chegou a ser ventilada pelos principais partidos de oposição, mas finalmente descartada, já que não acharam fundamentos jurídicos contra ela no escândalo da Petrobras.

Alguns das análises que apontam na direção de um julgamento alegam que, na última década, período que o escândalo é investigado, Dilma era membro e chegou a presidir o conselho-diretor da empresa.

No entanto, até os advogados da oposição consideraram que isso não é suficiente para provar alguma responsabilidade da presidente nos desvios de dinheiro público, que a própria Petrobras calculou em cerca de R$ 6,8 bilhões.

Mesmo assim o PSDB, o PPS, o DEM e o Solidariedade (SD) denunciaram Dilma na Procuradoria Geral por crime contra as finanças públicas.

A denúncia se fundamenta em manobras fiscais realizadas pelo governo em 2013 e 2014 para enquadrar as contas públicas, o qual poderia constituir “crime de responsabilidade”.

Em abril o Tribunal de Contas considerou que o governo cometeu essa falta ao usar fundos de bancos públicos para melhorar os resultados das contas do Estado, embora o responsável pela investigação, o magistrado José Múcio já tenha descartado que as irregularidades constituam um crime.

Desse modo, os responsáveis diretos por essas manobras só poderiam receber alguma sanção administrativa, mas em nenhum caso penal. EFE

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