Supremo dos EUA suspende execuções em Oklahoma para rever legalidade injeção

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 04h51

Austin (EUA), 28 jan (EFE).- A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu nesta quarta-feira as execuções previstas para os próximos meses no estado de Oklahoma, até que seja revisada a legalidade da combinação de substâncias de suas novas injeções letais.

A Suprema Corte aceitou na sexta-feira passada rever o uso do tranquilizante Midazolam nas execuções de Oklahoma, um medicamento que no ano passado falhou em três ocasiões (em Oklahoma, Ohio e Arizona) e prolongou o sofrimento dos presos durante a aplicação da injeção letal.

O recurso foi interposto pelos advogados dos condenados, cujas execuções já tinham uma data estabelecida e seriam com as novas injeções letais, que são compostas pelas mesmas substâncias, entre eles o Midazolam, mas com doses mais fortes, segundo as autoridades do estado de Oklahoma.

Agora, a Suprema Corte deve decidir se o uso deste fármaco viola a Oitava Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege os cidadãos de castigos cruéis e incomuns.

O Midazolam começou a ser usado em alguns estados no ano passado, depois que as companhias que forneciam os fármacos usados anteriormente se negaram a fazê-lo para execuções.

A controvérsia com as execuções em Oklahoma remonta a 29 de abril de 2014, quando os agentes da penitenciária de McAlester aplicaram uma injeção com problemas no condenado Clayton Lockett, que levou 43 minutos para morrer em um procedimento que não costuma durar mais de 15 minutos.

Por causa desse caso, Oklahoma suspendeu todas as execuções para preparar um método novo, que inclui uma nova sala, agentes com maior formação e uma nova injeção letal.

Este procedimento só foi testado uma vez, no último dia 15, com a execução do preso Charles Warner, que ocorreu sem complicações.

A audiência na Suprema Corte sobre o uso do Midazolam está programada para abril e espera-se que o tribunal emita uma decisão em junho.

A Suprema Corte não se pronunciou sobre a eventualidade que Oklahoma use outros fármacos, como o pentobarbital, que já é utilizado por outros estados, como Texas e Geórgia.

As execuções suspensas pela decisão de hoje são a de Richard Glossip, que estava prevista para esta quinta-feira; John Grant, programada para 19 de fevereiro; e Benjamin Cole, que seria no dia 5 de março.

O caso de Glossip aconteceu em 1997, quando o condenado pagou US$ 10 mil para que um ex-colega de trabalho do hotel, do qual tinha sido despedido, assassinasse o proprietário, Alan Van Treese, segundo a sentença.

Grant, por sua vez, foi condenado à morte pelo assassinato em 1998 de um funcionário da cafeteria da prisão Dick Conner, em Hominy (Oklahoma), onde cumpria pena desde 1980 por vários crimes.

Já Cole matou sua própria filha, de nove meses, em 2002 porque estava incomodado com seu choro, segundo seu próprio depoimento. EFE

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