Tigre da Malásia entra na categoria de “perigo crítico de extinção”

  • Por Agencia EFE
  • 25/10/2014 10h39

Ferran Benavent.

Kuala Lumpur, 25 out (EFE).- O tigre da Malásia, símbolo e emblema do escudo de armas desse país do Sudeste Asiático, está em “perigo crítico de extinção”, com apenas entre 240 e 320 exemplares na natureza devido ao desenvolvimento urbanístico.

As instituições públicas e as organizações ambientais envolvidas na preservação do tigre afirmam estarem trabalhando para aumentar o número desta subespécie do maior felino do mundo, apesar do fracasso das medidas nos últimos anos.

Nosrat Ravichandran, diretor da Divisão de Consultoria do Departamento de Meio Ambiente e Parques Nacionais da Malásia (Perhilitan) e May Wong Pui, coordenadora da Aliança para Conservação do Tigre da Malásia (My Cat), disseram que estão trabalhando para reverter o futuro sombrio do grande felino.

“Com o plano de monitoramento, o aumento da conscientização social e a legislação tendo ficado mais rigorosa, a Malásia certamente conseguirá aumentar a população de tigres até 2020”, informação divulgada em comunicado conjunto enviado à Agência Efe.

Em setembro de 2013, Perhilitan e My Cat reconheceram em relatório que a população de tigres diminuiu para entre 240 e 320, cerca de metade dos 500 exemplares que estimavam haver em 2008.

Os novos números levaram o tigre da Malásia a ser incluído na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como “espécie em perigo crítico de extinção”.

Desde 2008, o tigre da Malásia se encontrava em situação de “perigo de extinção”, mas o status de “crítico” o coloca a apenas uma passagem da classificação de “extinto em estado selvagem de liberdade”.

O estudo reflete os dados dos últimos três anos coletados a partir do material gravado por câmeras estabelecidas em sete pontos fixos localizados em três grandes áreas nas quais o tigre da Malásia vive atualmente: Belum-Temengor, Taman Negasse e Endau-Rompin, em Lesong.

Desde 2008 o governo malaio trabalha com grupos de conservação em um plano para proteger os animais mais representativos do país.

O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tigre estabelecia como objetivo conseguir uma população de 1.000 exemplares de tigre até o ano de 2020, no entanto o relatório apresentado diminuiu as expectativas ao constatar os dados atuais e determinou o objetivo como “inalcançável”.

Em declarações à Efe, o Perhilitan e a My Cat reconheceram falha em conseguir “um maior comprometimento de todos os envolvidos para que os recursos fossem aplicados ao plano”.

“Foi necessário rever os objetivos a fim de nos atermos a metas mais realistas, porém não menos ambiciosas”, disseram as organizações.

“As lições aprendidas durante os últimos anos servirão para guiar o futuro plano”, acrescentaram.

Frente às críticas pelo avanço do desmatamento no país e sua substituição por extensas plantações de borracha e palmeiras, Perhilitan e My Cat disseram que “a coberta florestal na Malásia não diminuiu significativamente entre 2008 e 2013”.

No entanto, eles confirmaram que “devido ao desenvolvimento, houve uma fragmentação das florestas, o que afetou os habitats tradicionais dos tigres”.

O relatório informa que “as maiores e mais urgentes ameaças” para o tigre da Malásia são “a caça para comércio ilegal e a destruição e fragmentação dos ecossistemas” nos quais tradicionalmente vivem os felinos selvagens.

As autoridades pretendem “reverter a situação” com a criação de “patrulhas tigre” especializadas no acompanhamento individual dos tigres nas três áreas de referência, o desenvolvimento de um censo nacional de tigres e um plano de fortalecimento, lançado há 6 anos.

De acordo com o World Wildlife Fund for Nature (WWF), hoje existe pouco mais de 3.000 tigres em estado selvagem, embora há cerca de um século ter havido mais de 100 mil. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.