Ucrânia comprará armamento no exterior a crédito, anuncia Poroshenko

  • Por Agencia EFE
  • 20/12/2014 17h07

Kiev, 20 dez (EFE).- O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou neste sábado que a Ucrânia comprará armamento no exterior a crédito para dotar o exército e as forças de segurança com equipamentos modernos.

“Devemos pôr especial atenção à dotação das Forças Armadas, de outras unidades de combate e das forças da ordem com armamento e equipes modernos”, disse Poroshenko durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano.

Poroshenko acrescentou que ao tratar deste assunto durante suas visitas a outros países que apoiam o atual governo de Kiev, encontrou “o apoio e a compreensão” a suas demandas.

De fato, há dois dias o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma lei aprovada previamente pelo Congresso que autoriza fundos e lhe dá autoridade para proporcionar ajuda militar, armas e assistência não letal à Ucrânia.

Por outro lado, Poroshenko anunciou uma nova mobilização parcial em todo o país durante o próximo ano e também a ligação a fileiras de uma nova substituição de jovens soldados “para já no primeiro trimestre desmobilizar” os que servem nas Forças Armadas há mais de um ano.

A Ucrânia, assegurou o presidente do país, não renunciará a recuperar o controle sobre as rebeldes regiões pró-russas de Donetsk e Lugansk, apesar da chamada operação antiterrorista lançada por Kiev em abril ter custado aos cofres do Estado mais de US$ 6 milhões diários.

“A operação no leste da Ucrânia custa 100 milhões de grivnas por dia”, mais de US$ 6 milhões no câmbio atual, reconheceu Poroshenko, que em seguida recalcou que o financiamento para Defesa no orçamento do próximo ano é irrenunciável e deve se aproximar de 5% do PIB.

O orçamento, ressaltou, deve levar em conta “circunstâncias extraordinárias” que podem alterar o plano de paz fixado nos acordos de Minsk, nos quais a Ucrânia deixa claro sua determinação de recuperar o pleno controle sobre as duas regiões rebeldes, agora parcialmente em mãos dos separatistas pró-Rússia.

Ao mesmo tempo, Poroshenko identificou a Rússia como a principal ameaça para a segurança do país e assegurou que as autoridades ucranianas “fazem o máximo para levar em conta” todas as variáveis, “incluído o reinício em qualquer momento de uma ofensiva do inimigo ou uma invasão da Ucrânia em toda regra”.

“Queria estar equivocado, mas é preciso estudar as lições da história e aprender, de uma vez, a tirar conclusões delas”, asseverou o líder ucraniano.

Quase cinco mil pessoas, entre civis e combatentes, morreram no leste da Ucrânia desde meados de abril no enfrentamento armado entre as forças de Kiev e os rebeldes pró-Rússia que controlam parte das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk e que segundo Kiev recebem ajuda militar direta da Rússia.

Após vários meses de guerra sem quartel, os dois bandos alcançaram a princípios de setembro uma frágil trégua que, embora conseguiu apaziguar a maior parte dos territórios desgarrados pelo conflito, não pôde pôr fim aos enfrentamentos quase diários e ao crescente número de mortos. EFE

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