Vizinhos de José Sócrates foram surpreendidos com sua prisão em Lisboa

  • Por Agencia EFE
  • 27/11/2014 15h49

Lisboa, 27 nov (EFE).- Os vizinhos de José Sócrates em Lisboa continuam ficaram surpresos com sua prisão e contaram que nos últimos meses o ex-primeiro-ministro de Portugal, acusado de corrupção, era pouco visto no bairro.

Sócrates tem um apartamento de luxo no centro da capital portuguesa, um edifício restaurado e modernizado que chama a atenção dos turistas, que costumam tirar fotos do imóvel.

O ex-primeiro-ministro, hoje preso em uma penitenciária de Évora, costumava tomar café da manhã na padaria ao lado do imóvel, onde um dos garçons, Carlos, contou à Agência Efe que Sócrates “é um grande cliente”.

“Quando era primeiro-ministro vinha várias vezes, mas depois parou de vir”, lembrou Carlos, que acrescentou que Sócrates “tomava café da manhã e fazia algumas reuniões de trabalho” na cafeteria.

Logo em frente, um grupo de pedreiros que trabalha em uma obra muito próximo da casa de Sócrates, contaram que viram no sábado vários carros “chegarem e saírem muito rápido” e que depois souberam que Sócrates estava em um deles.

Eles disseram ter ficado muito surpresos com a prisão do ex-primeiro-ministro, mas não quiseram dar declarações.

Perto dali, em uma banca de jornal a poucos metros do edifício onde vivia o ex-líder socialista, o caso está nas manchetes de todos os veículos de comunicação portugueses.

Conceição, funcionária em uma clínica no andar de baixo do edifício de Sócrates, contou à Efe que o tinha visto várias vezes, “com seu terno, seu casaco lindo e passeando, indo para casa”.

O caso Sócrates parece “incrível” para ela, que “espera para ver” como a investigação avançará.

Alexandra, gerente da clínica, também diz tê-lo visto “esporadicamente”, e contou que quase não era possível distingui-lo, porque “ia direto do táxi ao edifício e do edifício ao táxi”.

Em um restaurante de preços populares em frente ao prédio de Sócrates, uma das funcionárias, Maria, estava assombrada com o escândalo de corrupção envolvendo o ex-primeiro-ministro, mas afirmou que ele, como qualquer outro, “se cometeu um crime tem que ser punido”.

Detido na sexta-feira à noite no aeroporto de Lisboa logo após aterrissar vindo de Paris, Sócrates foi interrogado por três dias até que o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, decidiu deixa-lo em prisão provisória.

Pouco se sabe sobre o andamento do processo, que corre sob segredo de justiça. A procuradoria e o Tribunal de Instrução Criminal informaram somente que o ex-primeiro-ministro é suspeito de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção. EFE

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