Bonecões levam a alegria do carnaval antigo para foliões paulistas

  • Por Agencia Brasil
  • 01/03/2014 18h22

<p><img alt="Abre-Alas banner" class="Image img__fid__3333 img__view_mode__node_gallery_file_display attr__format__node_gallery_file_display" height="150" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil2013/files/styles/node_gallery_display/public/abre-alas_banner.png?itok=wEMqAgLx" title="" typeof="Image" width="600" /></p> <p>Quem passou na tarde de hoje (1º) em frente ao prédio da Estação da Luz pôde reviver ou conhecer o carnaval de tempos atrás, com direito a se divertir ao som de marchinhas entoadas por uma banda de Joanópolis, município do norte paulista, próximo à divisa com Minas Gerais. A festa tradicional também tinha bonecos gigantes, feitos em papel machê e com corpo de tecido estampado e muito colorido, os chitões.</p> <p>“Os bonecões, as máscaras de carnaval, são uma reminiscência da <em>commedia dell'arte</em> que surgiu na Itália e depois se desencadeou em movimentos pela França e toda a Europa no século 19 como um meio de fugir às restrições religiosas que havia à festa pagã”, lembrou a folclorista Neide Rodrigues Gomes, presidenta da Comissão Paulista de Folclore e da Casa de Cultura de Joanópolis. Ela é curadora do evento, que está em sua sétima edição.</p> <p>Em parceria com o Museu da Língua Portuguesa, Neide coordena o ensino da técnica de confeccionar os bonecões a um grupo de 30 alunos. O curso é gratuito e aberto à população, com inscrições que podem ser feitas sempre no mês de janeiro. Neste ano, os 30 alunos confeccionaram sete bonecos e ainda mostraram o resultado no desfile do bloco de rua, que é feito na região onde surgiram as primeiras escolas de samba do carnaval paulistano.</p> <p>A artesã Guayra Nardi, de 59 anos, fez o curso junto com a filha, Tatiana de Sá, de 31 anos, que é estudante de história. “O  meu boneco é aquele de barbicha, que relembra a fisionomia de um grego”, apontou ela, orgulhosa . A filha emendou: “Ele é um faraó”. Nesse meio tempo, os músicos iniciavam uma nova etapa de marchinhas ao som de <em>Mamãe Eu Quero</em>, <em>Se a Canoa Não Virar</em>, <em>Bandeira Branca</em> e <em>Jardineira,</em> entre outras marchas carnavalescas bem populares no passado e ainda presentes no carnaval do interior.</p> <p>Um dos músicos, Vespasiano Trestini, de 71 anos, tinhas os dedos das mãos protegidos por tecidos.´”É para não dar calos”, explicou, em meio ao cadenciado "bum bum bum bate bum bum" vindo do surdo que carregava.</p> <p>A reação do público  não lembrava nem de longe o comportamento visto no carnaval de Olinda, onde a multidão segue os bonecões com muita animação. Mas, mesmo contidos por uma certa timidez, alguns ensaiaram passos e caíram  na folia. Outros só registravam as cenas em máquinas fotográficas ou filmadoras, e teve gente que justificou ter ido ao local com o interesse apenas de não deixar morrer uma cultura tão antiga.</p> <p>“Vim trazer minha filha para ela ver que o carnaval não é só os desfiles de escolas de samba que ela conhece pela televisão”, justificou o professor de educação física Sérgio Andrade, de 40 anos, com a filha de 3 anos ao colo. A funcionária pública Josélia Almeida, residente em Brasília, entrava no Museu da Língua Portuguesa, quando foi atraída pelo som das marchinhas e decidiu adiar um pouco a visita para ver o que era aquele evento. ”Me surpreendi, nunca tinha visto isso antes em São Paulo”, disse ela, elogiando o trabalho.</p> <p><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.ebc.com.br//www.youtube.com/embed/Hm5wcLaAzDM" width="560"></iframe></p> <p><span class="field-label">Editor </span>Davi Oliveira</p>

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