Detalhista do começo ao fim, Rosas de Ouro passa pelo Anhembi com força total

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2016 04h27
SP - ROSAS-DE-OURO - GERAL - Carnaval SP 2016. Desfile da Escola de Samba Rosas de Ouro válida pelo Grupo Especial, no Sambódromo do Anhembi em São Paulo (SP), neste sábado (06). 06/02/2016 - Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Agência Estado A tradição da tatuagem em marinheiros marcou presença no desfile da Rosas de Ouro

Depois de ficar em terceiro lugar no Carnaval 2015, a Rosas de Ouro busca o título de São Paulo neste ano contando a história da tatuagem. Com o enredo “Arte à flor da pele. A minha história vai marcar você”, a agremiação conta a história da humanidade aplicada na pele. Como o carnavalesco André Cezari vê, “a tatuagem nada mais é do que a materialização de um sentimento humano. Ninguém inventou, foi uma coisa mais do sentimento humano”.

Antes mesmo do começo do desfile, quem chamou a atenção mesmo foi Ellen Rocche, rainha de bateria da escola pelo 10º ano. Fantasiada de sereia, a atriz causou tamanho alvoroço que os seguranças e admiradores atrapalharam até a entrada da Rosas de Ouro na Avenida no samba.

Com um abre-alas grandioso, a Rosas de Ouro começou o desfile relembrando as origens da tatuagem na Pré-História, partindo desde antes da antiguidade para contar a evolução da tatuagem até os dias de hoje. “Da Pedra à Pele”, a escola mostra o momento em que as pinturas saíram das cavernas e tomaram seu lugar na pele, passando pelo continente africano, considerado berço da humanidade.

Na ala das baianas, que chegam à passarela do samba representando a Sacerdotisa de Hathor, também se destacou a malha utilizada nas fantasias. Seguindo o enredo sobre as tatuagens, passaram a impressão de que as senhoras estavam de fato tatuadas, explicitando a preocupação da com os detalhes a serem exibidos no Anhembi.

Falando da história dos desenhos permanentes na pele, a escola também passou pela cultura hindu, esquimó e até dos guerreiros samurais. Mais uma vez em que o destaque foi para a preocupação da Rosas de Ouro com cada informação que entra na Avenida. Os pictos, povo antigo escocês, também foram abordados pela pesquisa da escola, além dos romanos e suas tatuagens.

Depois de uma homenagem à Galeria do Rock, outro convidado da escola além da Ellen Rocche, quem também se destacou na Avenida fio o funkeiro MC Guimê, que chegou ao Anhembi com oito seguranças. O artista, que tem o corpo chei de tatuagens, desfilou junto aos prisioneiros do desfile.

Do começo ao fim, a Rosas de Ouro mostrou que chegou ao Anhembi para levar o título do Carnaval paulista de 2016 e repetir o show no desfile das campeãs.

“Arte à flor da pele. A minha história vai marcar você”

Eu vou tatuar no seu coração

Pra vida inteira

És meu amor

Eterna como o tempo, roseira

A mão marcou na pedra essa história

Nascia a primeira cicatriz

Exposta na pele como troféu

Esculpida em rituais

Orgulho na alma do guerreiro

Essa herança dos tribais

Por muito, a religião proibiu

Ao som do tatau, no ocidente, evoluiu

Marcando novas gerações

Rebelde em seu jeito de ser

Na velocidade da luz

A muitos seduz, vem ver

Salve o marinheiro, vem arte do mar

Em chão brasileiro, canta o sabiá

Floresceu paz e amor num fino traço

Dragão tatuado no braço

Vem ser criança e brincar

No seu corpo desenhar

A fé que traz a esperança

Saudades, paixões e lembranças

Em formas radicais

Em notas musicais, vai além…

Entre as grades nasce a flor também

E a nação azul rosa vai passar

Riscando o chão na passarela, a cantar: roseira! roseira!

Minha segunda pele é meu pavilhão

Orgulho estampado com ostentação

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