Habitantes de Pompeia mortos em erupção do Vesúvio são escaneados em pesquisa

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41

Roma, 29 set (EFE).- Os habitantes da Pompéia de há dois mil anos, que morreram na erupção do Vesúvio em 79 d.C., tinham dentes perfeitos, consequência de uma alimentação saudável, embora ossos frágeis devido ao excesso de flúor das águas dos mananciais em que bebiam.

Estes são os primeiros surpreendentes detalhes, divulgados nesta terça-feira, de uma pesquisa sem precedentes, que submeteu a tomografias computadorizadas (TAC) 30 corpos encontrados nas escavações de Pompéia que ficaram conservados nos moldes de gesso em que foram tratados.

O projeto começou em agosto, com a restauração de alguns dos moldes de Pompéia, mas sobre 30 deles se concentraram arqueólogos, antropólogos, radiologistas, dentistas e engenheiros especialistas em scanner.

As tomografias foram feitas nos moldes de gessos com os restos mortais dos habitantes de Pompéia que morreram na erupção do Vesúvio, o que permitiu aos pesquisadores conhecer detalhes de suas vidas, costumes, ocupação e classe social.

Os primeiros resultados destes exames determinaram que a maioria dos moradores de Pompéia tinham dentes saudáveiss, graças a uma alimentação saudável, com poucos açúcares.

Em algumas das arcadas dentárias é possível observar imperfeições que indicam que o pompeiano utilizava os dentes para cortar.

Por exemplo, as primeiros análises em um homem revelaram um problema nos ossos devido à excessiva presença de flúor nas barras aqüíferas vesuvianas.

As análises acabam de começar, mas os responsáveis do projeto explicaram que estes exames são capaz de reconhecer, além de dados normais, como idade e sexo, também se era “um fumante de cachimbo, um músico que tocava flauta, assim como a origem geográfica e a condição sócio-econômica”.

A equipe usa um equipamento de tomografia computadorizada de 16 cortes capaz de fazer um exame de todo o corpo em 100 segundos.

O grande problema é “a densidade do gesso utilizado, pois é muito parecida com a densidade dos ossos, e por isso foi necessário recorrer à alta tecnologia”, explicou hoje o superintendente de Bens Culturais de Pompéia, Massimo Osanna.

os moldes de Pompéia se devem à intervenção do arqueólogo italiano Giuseppe Fiorelli, que, após achar uma cavidade oca em torno dos restos ósseos decidiu injetar gesso e assim conseguiu obter uma cópia exata das vítimas da erupção cobertas pelas camadas de cinza e detritos. EFE

(foto)

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