Morre René Burri, o fotógrafo que imortalizou Che Guevara fumando um charuto

  • Por Agencia EFE
  • 20/10/2014 18h18

Genebra, 20 out (EFE).- Rene Burri, o fotógrafo suíço que imortalizou Ernesto Che Guevara fumando um charuto com o olhar perdido, morreu nesta segunda-feira aos 81 anos, segundo confirmou a agência Magnum.

Burri morreu após uma “longa doença”, sobre a qual não foram divulgados mais detalhes, em sua casa de Zurique, mesma cidade onde tinha nascido em 1933.

A agência Magnum, à qual o fotógrafo pertencia como membro de pleno direito desde 1959, declarou que lamenta a perda do artista.

Nos anos 1950, Burri foi fotojornalista, um trabalho que lhe levou a cobrir a Guerra da Coreia, os alvores da revolução cubana e a Guerra do Vietnã.

Foi em suas viagens a Cuba onde não só fotografou Che, mas também Fidel Castro.

Há pouco tempo Burri depositou toda sua coleção de mais de 30.000 fotografias no Museu do Eliseu de Lausanne.

Burri estudou na Escola de Artes Aplicadas de Zurique, durante o serviço militar começou a utilizar a câmera Leica e, de 1953 a 1955, trabalhou como diretor de documentários.

Foi em 1955 que entrou como membro associado na Agência Magnum e começou assim uma etapa na qual foi reconhecido internacionalmente por uma de suas primeiras reportagens sobre a mutilação infantil: “Touch of Music for the Deaf”, publicada na revista “Life”.

Em 1956 viajou por toda Europa e pelo Oriente Médio e mais tarde faria o mesmo pela América Latina, onde realizou uma série de fotografias sobre gaúchos que foi publicada na revista “du” em 1959.

Mas Burri também foi conhecido por suas fotografias de artistas do momento como Picasso, Giacometti e Le Corbusier, bem como imagens icônicas de São Paulo e Brasília.

Em 1959 se transformou em membro de pleno direito na Agência Magnum e começou seu trabalho para o livro “Die Deutschen” (“Os Alemães”), publicado na Suíça em 1962.

Um ano mais tarde, enquanto trabalhava em Cuba, fotografou Ernesto Che Guevara durante uma entrevista conduzida por um jornalista americano. Uma imagem do famoso revolucionário fumando que deu a volta ao mundo.

Burri também participou da criação dos “Filmes Magnum” em 1965, e após este trabalho viajou durante seis meses pela China, onde realizou o filme “As duas caras da China”, produzido pela “BBC”.

Em 1998, ganhou o prêmio “Dr Erich Salomon”, entregue pela Associação Alemã de Fotografia, e já neste século a Casa Europeia da Fotografia de Paris celebrou uma exposição retrospectiva de seu trabalho. EFE

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