Ponte para pedestres torna-se nova atração de lazer e turística de Teerã

  • Por Agencia EFE
  • 25/05/2015 10h24

Álvaro Mellizo.

Teerã, 25 mai (EFE).- Uma moderna e funcional ponte de pedestres concebida como uma passagem entre dois dos maiores parques de Teerã tornou-se a atração turística favorita e o novo ícone arquitetônico da cidade, em meio às faraônicas obras que vem marcando a nova cara do Irã.

A Ponte Tabiat, que significa “natureza” em persa, situada no centro da cidade e que atravessa uma das mais antigas e movimentadas vias que ligam o norte ao sul da capital iraniana, foi inaugurada há apenas um ano e já se transformou, com sua estrutura de aço e luzes coloridas, no principal local de lazer dos moradores.

Em pouco tempo, a ponte ofuscou obras como a monumental Torre Milad, inaugurada em 2007 e que, com seus 435 metros de altura, permite ter uma visão completa da cidade, mas quase não recebe visitantes, e a Torre Azadi, estrutura triangular que serve como portão de Teerã e foi construída pelo último xá e que até agora protagonizava todos os postais da capital persa.

Diariamente, 20 mil pessoas – número que duplica nos finais de semana – passeiam sobre a ponte e aproveitam a vista para a imensa Cordilheira do Elbruz. Lá, entre os dois parques que a estrutura liga, os cidadãos passeiam, comem e desfrutam de uma incomum paisagem em meio ao caos do trânsito nas ruas da cidade.

A obra é assinada pela jovem arquiteta iraniana Leila Araghian, de 31 anos, que quando ainda era estudante, ganhou o concurso do projeto para a construção da ponte, cuja obra também foi dirigida por ela.

Leila, que agora mora no Canadá, projetou uma ponte de alta tecnologia de 270 metros de comprimento, inspirada nas raízes das árvores que dão a impressão de unir de forma natural a cidade sobre a via expressa, a 40 metros do chão. No interior da estrutura de aço há três níveis repletos de áreas comerciais, restaurantes e espaços de descanso e lazer.

“Não queria que fosse apenas uma ponte que as pessoas usassem para ir de um lado ao outro. Queria que fosse um lugar onde ficassem e meditassem, não só cruzassem”, disse ela recentemente à imprensa local.

Seu projeto ganhou vários prêmios internacionais, como o “Architizer A+ Awards”, em Nova York, mas a outros ela não pôde comparecer por conta das sanções contra seu país e que impedem, por exemplo, de entregar ao Irã um prêmio internacional. As sanções estavam a ponto de pôr em risco a realização do projeto, já que várias empresas se negaram, em princípio, a fornecer o software necessário para Leila por este motivo.

Contudo, os objetivos da arquiteta parecem estar cumpridos, já que, como disse à Agência Efe Mohsen Golafruz, responsável pela gestão da ponte, o uso que os cidadãos fazem dela é intenso e muito variado.

“Nos dias normais, grupos vêm para praticar esportes de manhã cedo. A partir das 9h, mulheres chegam ou para atividades físicas, ou para tomar café da manhã. Há excursões escolares, e à tarde, na hora do rush, ela se enche de pedestres até 2h ou 3h da madrugada”, explicou.

Sam Yeganebajsh, um jovem arquiteto que visita habitualmente a ponte para fotografar, destacou orgulhoso a moderna estrutura e o projeto bem-sucedido, que permite às quatro colunas que a sustentam aguentar muito peso sem perder a estética. EFE

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