Hemorio e Inca aproveitam o carnaval para incentivar doação de sangue

  • Por Agencia Brasil
  • 21/02/2014 17h42

Pelo segundo ano consecutivo, o Movimento Cultural Mulheres de Zé resolveu vestir a fantasia da solidariedade e levar seus integrantes para doar sangue na campanha do Instituto de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) para o carnaval.  Hoje (21), vários componentes do grupo se apresentaram para fazer a doação, entre eles o músico e chefe de cozinha Flávio Rocha, integrante também da agremiação Bambas do Samba.

Rio de Janeiro -  Movimento Cultural Mulheres de Zé faz campanha de doação de sangue no Hemorio, localizado no centro da capital fluminense. Na foto, o doador, Flávio Rocha (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Integrante do Mulheres de Zé, o músico Flávio Rocha participa da campanha do HemorioTomaz Silva/Agência Brasil

“Tudo começou no carnaval de 2013, quando nós viemos para cá fazer uma ação social e descobrimos  que havia a campanha Vista a fantasia da solidariedade. Veio a calhar. A mobilização foi muito bacana”, disse à Agência Brasil a presidenta do Movimento Cultural Mulheres de Zé, jornalista Nayra Cezari.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, também aproveita o carnaval para mobilizar a população para a doação de sangue. Por isso, está convidando os foliões a aderirem ao Bloco da Solidariedade – Tá na Hora de Doar. Essa é uma campanha tradicional do instituto para estimular a doação de sangue no período que antecede a folia. O objetivo é abastecer os estoques da instituição para o feriado prolongado do carnaval.

A abertura da campanha do Inca ocorrerá na próxima segunda-feira (24), às 11 horas, no banco de sangue situado na Praça da Cruz Vermelha, centro da cidade, e contará com a participação da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.  Os padrinhos da campanha deste ano  são o dançarino Carlinhos de Jesus e a bailarina Ana Botafogo.  O Inca pretende  atingir 450 doações até 28 de fevereiro, quando a campanha será encerrada. A iniciativa é apoiada pelo movimento Incavoluntário e pela Fundação do Câncer.

No caso do Mulheres de Zé, a agremiação repetiu o gesto em maio do ano passado, durante a 10ª Semana da Mulher Solidária, promovida pelo Hemorio, quando aproveitaram também para levar à instituição a Exposição Negra Identidade, composta de fotografias de personalidades da música e do samba que participam do Mulheres de Zé. Tudo acompanhado de apresentações de música e dança, ressaltou Nayra.  “E todos que puderam, também doaram [sangue]”, frisou.

A mobilização foi tanta que o grupo decidiu inserir a campanha do Hemorio em seu calendário permanente de ações. A chefe de Captação de Doadores do Hemorio, Neusimar Carvalho, informou à Agência Brasil que, nesse período do carnaval, a doação costuma cair em torno de 70%.

Foi feita uma camiseta especial para marcar a adesão da agremiação à campanha do Hemorio. Além disso, segundo os organizadores, o Mulheres de Zé está agregando novos grupos culturais à iniciativa, como o Bambas do Samba, o Cacique de Ramos, a Mangueira e a Beija-Flor. “Muita gente está aderindo e participando conosco dessa nova campanha”, disse Nayra Cezari.

O nome Mulheres de Zé é uma homenagem ao  “malandro bacana carioca” que reinava na cidade do Rio de Janeiro nos anos de 1920. O grupo foi criado inicialmente com o intuito de movimentar a parte  cultural da cidade. Agora, com o aumento do número de integrantes, querem transformar o grupo, futuramente, em um bloco de carnaval.

O futuro bloco Mulheres de Zé já tem, inclusive, uma rainha, que deve ser coroada no sábado de carnaval. É Rafaela Nascimento, neta do saudoso compositor Natal da Portela e rainha de bateria da Escola de Samba Tradição. “Como nós somos as Mulheres de Zé, pelo arquétipo do malandro boa praça, que é a imagem do Rio de Janeiro, a homenagem [a Natal] é perfeita”, disse Nayra.

A chefe de Captação de Doadores do Hemorio, Neusimar Carvalho, celebrou a parceria com o Movimento Cultural Mulheres de Zé. “Foi um encontro muito bonito. A proposta deles é o apoio, a divulgação da campanha. O empenho deles é notório. É uma parceria muito boa. Mas a gente quer que outros encontros aconteçam. Assim é a doação de sangue. De formiguinha em formiguinha, a gente vai fazendo”.

Neusimar informou  que os feriados prolongados costumam impactar de forma negativa na doação de sangue, reduzindo  a quantidade de doadores, embora o Hemorio funcione sem interrupções, diariamente, das 7 horas às 18 horas. Ela lembra que a necessidade de sangue em períodos como o carnaval aumenta devido ao registro de acidentes nas ruas.  “Então, a gente pede que as pessoas pulem, que brinquem, mas não esqueçam de fazer a sua doação”.

Os critérios básicos para doação de sangue são ter entre 16 anos e 69 anos de idade, pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde. Quem fez tatuagem com menos de um ano não pode doar. O mesmo ocorre com pessoas que já tiveram hepatite do tipo B ou C ou são cardíacas. Não é necessário que a pessoa esteja em jejum. Ela deve apenas evitar a ingestão de alimentos gordurosos quatro horas antes da doação. “E trazer a pitada de solidariedade”, destacou Neusimar. 

Editor Davi Oliveira

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