“Corinthians sofre uma situação que beira a falência institucional”, afirma Tuma Jr

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2017 15h23

Romeu Tuma Júnior deixou o ministério da Justiça em 2010 após ser acusado de envolvimento com a máfia chinesa

Agência Brasil Romeu Tuma Júnior deixa o ministério da Justiça em 2010

Autor do inquérito que investiga a atual diretoria do Corinthians, o ex-deputado Romeu Tuma Jr reforçou a necessidade do afastamento do presidente Roberto de Andrade. Em entrevista ao Plantão de Domingo, da Jovem Pan, Tuma, que é conselheiro vitalício no Alvinegro, revelou que um promotor do Ministério Público acompanha o inquérito interno contra o presidente para que este sofra punições também na Justiça Comum.

“Eu e mais alguns conselheiros oficiamos a um procurador oficial de Justiça para que designasse um promotor para acompanhar o inquérito que está em andamento, até para que o promotor possa acompanhar toda a investigação e que quando este inquérito for relatado ao Ministério Público, esse promotor já conheça todas as entranhas da investigação e possa já com todo conhecimento oferecer a denúncia daquilo que a gente pediu para ser investigado”, contou Tuma Jr, que comentou ainda que um possível impeachment evitaria uma “falência institucional” no clube.

“Eu acho que essa diretoria, não só o presidente, mas essa diretoria de uma forma geral, não tem mais a mínima condição política e administrativa para permanecer a frente do destino do clube, não só no aspecto futebol mas no clube de uma forma geral. Corinthians está sofrendo uma situação que beira a total falência institucional do clube. Chegou o momento de se dar um basta nisso, porque a cada dia a gente vê notícias, atos e desmandos que só agravam a situação, então não tem outro caminho. Precisamos dar um basta nisso, substituir esse pessoal e tentar rearranjar, se ainda houver tempo, para que o clube possa continuar existindo. A situação é grave, é muito grave”, afirmou.

Romeu Tuma Jr tomou como exemplo de desmando e desorganização da diretoria a forma como o novo orçamento do clube foi aprovado. Segundo ele, o orçamento não respeita o estatuto corintiano e nem a lei do profut, que visa à responsabilidade fiscal dos times de futebol no Brasil, e mesmo assim ninguém se opôs, expondo assim a omissão dos diretores com a presidência.

“Nós temos um estatuto, nós temos uma legislação, e o presidente tem agido com uma omissão absoluta, com desmando. Ele é omisso e a diretoria inteira acaba sendo conivente porque não cobra. Apenas para ilustrar, o conselho teria que ter reuniões mensais de diretoria para que apresentem seus projetos, seus trabalhos, prestem suas contas à presidência e esta por sua vez ao conselho. Essas reuniões nunca existiram, não ocorrem. Houve uma apresentação de orçamento absolutamente contrária ao que determina o estatuto, ao que determina o profut e ninguém toma providência. É um desmando generalizado. Tem que afastar essa administração, mais que as pessoas, o modelo de administração. O Corinthians está quebrando, está falindo”, afirmou Tuma Jr.

Por fim, o ex-deputado destacou que as tentativas de aliados políticos de Andrés Sanchez em licenciar Roberto de Andrade da presidência são apenas uma “nuvem de fumaça” diante de uma situação muito mais grave.

“Eu acho isso um absurdo, é mais do mesmo. A gente sabe que nos bastidores, ele (Luis Paulo Rosenberg) está trabalhando com algum candidato de oposição, aliado de Andrés para tentar assumir o clube. A gente tem que mudar o conselho de gestão. Não vejo nesta saída uma saída coerente. Isso é criar uma nuvem de fumaça para deixar as coisas como estão”, disse o ex-deputado.

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