Embaixada do Brasil usa sucesso de meninos para promover futebol no Paquistão

  • Por Agencia EFE
  • 22/05/2014 06h17

P. Miranda.

Islamabad, 22 mai (EFE).- A embaixada do Brasil no Paquistão resolveu inserir o país asiático no clima da Copa do Mundo, e assim aproveitar a vertente social do esporte para promovê-lo entre os fãs locais.

Dados apontam que apenas três milhões de pessoas jogam futebol no país, com população de 200 milhões de pessoas. Embora as bolas que serão utilizadas no Mundial sejam de procedência paquistanesa, os habitantes enxergam o futebol como algo distante.

O baixo interesse, no entanto, não impediu que a seleção do país tivesse bom desempenho na Copa do Mundo de Meninos de Rua, disputada no Rio de Janeiro no início de abril.

O Paquistão liderou uma das três chaves, com direito a vitória sobre a Índia por 13 a 0, eliminou as Filipinas nas quartas de final, perdeu para o Burundi nas semi, e conquistou o terceiro lugar ao bater os Estados Unidos – que havia eliminado o Brasil. A campeã foi a Tanzânia.

A seleção paquistanesa era formada, basicamente, por jovens que vivem em Carachi, no sul do país. O desempenho deles provocou grande interesse pelo futebol de forma geral.

A partir disso, a embaixada brasileira em Islamabad usou este resultado como um dos eixos da promoção do futebol pentacampeão mundial.

“O esporte é algo fantástico para juntar as pessoas, para unir os povos, acabar com problemas. É uma forma de atrair as crianças para a educação, de tirá-los da rua, e de atender suas necessidades básicas”, garantiu à Agência Efe o embaixador Alfredo Leoni.

Em um ato organizado com apoio de organizações locais e da Unicef, a embaixada homenageou os jovens paquistaneses que estiveram no Brasil, e aproveitaram para falar da Copa do Mundo.

No Paquistão existem cerca de dois mil clubes registrados, mas os praticantes do futebol precisam lutar contra a hegemonia do críquete. O resultado do torneio de Meninos de Rua foi um ponto positivo nessa “batalha”.

“Desde que voltamos do Mundial com o terceiro lugar, conseguimos respeito. Estamos vendo como o futebol é cada vez mais popular no Paquistão. Nossos garotos transmitiram a mensagem de que podem enfrentar qualquer um. A única coisa que precisam é apoio”, disse o técnico dos meninos, Abdul Rashid.

Considerados “embaixadores” do Paquistão no futebol mundial, os meninos mostram personalidade para defender a prática da modalidade. É o caso do capitão da seleção, Samir Ahmed, de apenas 15 anos.

“Nossa federação tem que seguir apoiando jovens como nós, porque há muito talento nas ruas. O futebol no Paquistão necessita um pouco de apoio”, avaliou o garoto.

Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, a seleção principal do país não chegou nem perto de repetir o feito dos garotos, caindo logo na primeira fase. Depois de perder fora de casa para Bangladesh por 3 a 0, os paquistaneses não foram além do 0 a 0 e foram eliminados.

Como parte do esforço para promover o futebol no país, a embaixada brasileira inaugurará nesta semana mostra de fotos do fotógrafo Jorge Rodrigues. Além disso, escolas paquistanesas receberão 1000 unidades da Brazuca, bola do Mundial. EFE

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