Campeão da Sul-Americana, Holan deixa Independiente após ameaças da torcida

  • Por Agência EFE
  • 20/12/2017 13h36
EFE No dia 13 de dezembro Holan comemorou o título da Sul-Americana contra o Flamengo

Campeão da Copa Sul-Americana em cima do Flamengo, o técnico do Independiente, Ariel Holan, decidiu deixar o cargo para proteger sua família por causa das constantes ameaças feitas por membros de barras bravas do clube.

Em uma carta divulgada no Twitter, Holan, de 57 anos, ressaltou que foi muito difícil tomar a decisão de deixar o clube.

“Pela primeira vez na minha vida, as integridade física da minha família, de alguns de meus colaboradores e a minha própria esteve em grave risco”, indicou o técnico na carta.

Em paralelo ao sucesso da equipe, segundo Holan, houve “indesejáveis situações extra-campo” se tornaram públicas e estão sendo julgadas pela Justiça da Argentina.

A imprensa local divulgou ao longo do ano várias ameaças contra Holan e sua família por parte de torcedores organizados do clube.

“Uma situação que não estou disposto a tolerar, nem a conviver. Acho que nenhum trabalhador no futebol deveria aceitar. A essência do esporte é a paixão com respeito, não usá-la como uma desculpa para delinquir”, destacou o treinador.

Além disso, Holan disse que essa imagem não é boa para o Independiente. Para ele, é “inconcebível” que um técnico e sua família tenham que andar por todos os lados com proteção policial.

“O Independiente não merece isso”, destacou Holan, que é torcedor do clube desde criança.

Na carta, Holan afirma que tanto o presidente do clube, Hugo Moyano, como a diretoria manifestaram “apoio incondicional” para renovar o contrato, tratando de oferecer todas as condições necessárias para que ele trabalhasse no Independiente.

No entanto, o técnico ressaltou que sua “prioridade absoluta” é proteger a família. Holan disse que deixa o “caminho livre” para que o presidente possa continuar a recuperação institucional iniciada.

“Meu amor pelo Independente é genuíno, essa é a decisão mais difícil da minha vida. Mas devo tomá-la pelo bem de todos”, disse o treinador na carta de despedida.

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