Com Renato Augusto no meio, Tite escala força total para encarar a Inglaterra

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/11/2017 18h00 - Atualizado em 13/11/2017 18h10
Pedro Martins / MoWA Press Futebol Amistoso Brasil Inglaterra Treino Tite comanda treino da Seleção Brasileira em Wembley, palco do amistoso contra a Inglaterra

Em seu primeiro jogo contra uma equipe europeia, e de ponta, o técnico Tite vai escalar sua Seleção Brasileira ideal, o time que hoje estrearia na Copa do Mundo da Rússia. O meio-campo, último setor a ser definido, foi confirmado com Casemiro, Paulinho, Renato Augusto e Philippe Coutinho, além de Neymar. A definição ficou clara no último treino do grupo, nesta segunda-feira (13), em Wembley, onde a equipe enfrentará a Inglaterra nesta terça, às 18 horas, em Londres.

Na semana passada, antes do amistoso contra o Japão, Tite havia afirmado em entrevista coletiva que pretendia ver o Brasil jogando com espírito de Mundial. No confronto contra a equipe japonesa em Lille, na França, isso acabou não acontecendo, mesmo que o time misto que iniciou o jogo, e o reserva que o terminou, tenham dado conta do recado ao vencer por 3 a 1. A apresentação acabou sendo fria, típica de um amistoso contra um adversário sem a mesma tradição e qualidade técnica.

Contra a Inglaterra, em um dos clássicos do futebol mundial, Tite lança mão de sua melhor escalação, mesmo que o rival treinado por Gareth Southgate esteja desfalcado. Com Coutinho recuperado de lesão, o treinador decidiu-se por Renato Augusto na disputa com Fernandinho e Willian. O time que treinou no domingo, em Cravin Cottage, e nesta segunda, em Wembley, teve Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.

No mesmo treino os reservas atuaram com Ederson; Danilo, Thiago Silva, Jemerson e Alex Sandro; Fernandinho; Giuliano, Diego, Taison e Douglas Costa; Firmino.

Em entrevista coletiva, Tite, fiel ao seu estilo, não quis afirmar com todas as letras que essa seja a equipe titular do Brasil, e multiplicou os elogios a Willian, como se lembrasse dos valores que estarão fora no início do confronto. “O importante é o trabalho de equipe. Quem observou o treinamento e a minha convocação viu que eu deixei um jogador de altíssimo nível (de fora) na primeira parte. Pedi a ele compreensão para dar oportunidade a outros atletas, até porque ele é um dos mais utilizados”, afirmou.

“O fortalecimento de equipe é o que buscamos, muito mais do que a equipe titular”.

Mesmo que não assuma o time que entrará em campo em Wembley como titular, o treinador reconhece que está diante de um adversário que não apenas tem camisa e envergadura de grande do futebol mundial, mas também está em um grande momento e chega à Copa do Mundo como um dos favoritos ao título.

Para o comandante, a Seleção Brasileira teve no jogo contra o Japão um início promissor, acelerado, mas acabou caindo de nível e perdendo competitividade, até pelas experiências realizadas. Agora a situação é diferente. “O nível de exigência técnico é superior sim”, avaliou, referindo-se ao time inglês.

Segundo ele, nos últimos 10 anos a Inglaterra soube adaptar seu DNA, de futebol de contato, de imposição física e bolas na área, agregando mais qualidade técnica. “Há uma mescla talvez histórica do futebol mais jogado, mais triangulado, no chão, mantendo o contato físico, a bola alta, que está no DNA”, analisou.

Sobre enfrentar uma seleção europeia de ponta pela primeira vez desde que assumiu o posto de técnico da Seleção, Tite se disse honrado por estar em Wembley. “Mudam as características da equipe. A japonesa era muito móvel, a inglesa é muito técnica, de imposição física. Muda também o cenário, já que Wembley, como o Maracanã, é um templo do futebol mundial. Isso tudo interfere”, reconheceu, alegre de comandar a equipe em Londres.

Daniel Alves confirmou que a atmosfera é diferente quando se enfrenta uma equipe como a inglesa em um palco como Wembley. “É muito especial pisar em templos de futebol. Wembley é um deles”, frisou. Questionado sobre o time inglês, que terá oito desfalques no grupo – incluindo o zagueiro Dele Alli e o atacante Kane, ambos astros do Tottenham -, o lateral fez questão de minimizar as baixas, lembrando que o elenco adversário é excelente e conta com jovens promessas. “Nós respeitamos a história da seleção que enfrentamos, e em consequência os nomes que estarão em frente”, disse.

Enquanto o Brasil chega firme, com equipe consolidada e com experiências feitas contra o Japão, a Inglaterra dará oportunidades aos jovens depois de ter empatado por 0 a 0 com a Alemanha na sexta. Pickford, Ruben Loftus-Cheek e Tammy Abraham terão suas primeiras chances para mostrar serviço contra o Brasil.

Southgate confirmou que segue aberto a novidades na lista para a Rússia. “Eu tenho a mente aberta”, afirmou, deixando a porta aberta aos que demonstrarem bom desempenho. “Eu tenho uma lista e se tivesse de escolher o grupo amanhã eu saberia quem escolher Mas isso pode mudar em seis meses por causa da forma e dos jogadores que estão aparecendo”.

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