Com três gols de Copete, Santos vence e afunda São Paulo no Brasileirão

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 09/07/2017 20h00 - Atualizado em 09/07/2017 21h31
MARCELLO FIM/RAW IMAGE/ESTADÃO CONTEÚDO Atacante Copete comemora o primeiro gol marcado na vitória do Santos sobre o São Paulo

O técnico Dorival Junior será apresentado nesta segunda-feira (10) como substituto de Rogério Ceni com o desafio de achar um rumo para o São Paulo no Campeonato Brasileiro. Após a derrota para o Santos por 3 a 2, na noite deste domingo (9), na Vila Belmiro, a equipe chega a sete rodadas sem vitórias e cai para a 19ª posição.

Está na zona de rebaixamento pela segunda rodada consecutiva. O único alento do São Paulo foi o poder de reação: o time perdia por 3 a 0 até os 30 minutos da etapa final e conseguiu dois gols. Com três gols de Copete, o Santos encerra sequência de dois jogos sem vitória e volta ao grupo dos quatro primeiros colocados, justamente ao quarto lugar, com 20 pontos.

Copete é uma espécie de algoz do time do Morumbi, pois já marcou cinco gols em três jogos contra o rival. O primeiro deles foi feito após falha do goleiro Renan Ribeiro. Na comemoração, o colombiano tirou a camisa e mostrou profundas queimaduras no abdômen causadas por um acidente doméstico, a explosão de uma panela de pressão quando cozinhava.

Mesmo sem ter sido apresentado, Dorival trabalhou extraoficialmente no clássico. Todo o conhecimento que ele acumulou em dois anos como técnico do Santos se transformou em orientações preciosas para o auxiliar Pintado.

Afinal, o São Paulo enfrentava uma série de manobras criadas pelo próprio Dorival. Com jogos às quartas e domingos, Levir Culpi teve pouco de treinamento para implantar seu próprio estilo e utiliza o esquema anterior. Alguns exemplos: a improvisão de Jean Mota pelo lado esquerdo e Bruno Henrique pelo lado direito do ataque e os laterais atacando pelo meio. Foi difícil para o Santos entrar na área.

Foram poucos lances agudos, como uma cabeçada de Lucas Verissimo aos 10 e uma chance desperdiçada por Copete na pequena área.

Uma boa notícia para os são-paulinos foi a estreia do zagueiro equatoriano Richard Arboleda. Ele cometeu poucos erros, um deles, foi o mau posicionamento no segundo gol, mas compensou ao anotar o segundo gol da equipe. Depois de ter colocado Lugano no banco, pavimentou seu caminho para se firmar como titular.

Os dois times erraram muitos passes, principalmente na hora da definição da jogada, o que jogava toda a estratégia pelo ralo. Nesse contexto, a palavra mais repetida pelo técnico Pintado foi “capricho”.

Aos 43 da etapa inicial, em uma jogada bem trabalhada pelos lados do campo, Kayke chutou firme e Renan Ribeiro falhou, espalmando para o centro da área. Copete pegou o rebote e marcou.

No segundo tempo foi difícil para o São Paulo controlar o ímpeto e a intensidade do jogo santista. A bola ia de pé em pé com velocidade e movimentação. Aos oito minutos do segundo tempo, Thiago Ribeiro recuperou bola no campo de defesa, Thiago Maia deu lindo drible e tocou para Kayke cruzar. Copete marcou de cabeça. Desta vez, ele não tirou a camisa para comemorar.

Aos 21 minutos, o Santos conseguiu o terceiro gol após uma grande jogada individual de Jean Mota, que colocou a bola entre as pernas de Buffarini e cruzou para Copete deslocar o goleiro Renan Ribeiro.

Com a vantagem no placar, o Santos encolheu e o São Paulo avançou suas peças. Aos 24 minutos do segundo tempo, Lucas Pratto decidiu resolver sozinho uma jogada que parecia perdida. Ele entrou driblando na área e sofreu pênalti. Na cobrança, chutou na trave.

Pintado fez várias alterações para tentar diminuir o placar. Na primeira bola em que dominou depois de substituir Denilson, o meia Lucas Fernandes, uma das esperanças da base, chutou cruzado e Shaylon aproveitou o rebote para diminuir o placar: 3 a 1.

O alento que a equipe precisava para mostrar poder de reação veio com o zagueiro Arboleda, que foi à frente e conseguiu o segundo gol, justificando a boa atuação.

Com jogadas aéreas, o São Paulo buscou o empate, mas parou na boa defesa santista. Além de lamentar o pênalti perdido por Pratto, que poderia significar o empate, o São Paulo concentra a esperança de reação na próxima partida, na quinta-feira (13), quando o time vai receber o Atlético-GO, às 19h30min, em casa. Já o Santos vai encarar o Atlético-MG na quarta-feira (12), no mesmo horário, no Independência, em Belo Horizonte, também pela 13ª rodada do Brasileirão.

Opinião JP

Bruno Prado e Vampeta, comentaristas da Jovem Pan, consideraram o placar do clássico justo. O Santos mostrou sua superioridade, fez valer o fator casa, construiu a vitória, mas depois recuou e deixou o São Paulo encostar no placar.

Essa postura do Peixe incomoda Bruno Prado:  O Santos tinha o jogo sob controle, mas parou de jogar. Ficou atrás, tentando uma bola para o contra-ataque. O Santos virou um time comum. Recua e tenta sair em velocidade. O Santos não consegue ter o controle do jogo”, disse.

Para o comentarista, o atual momento do São Paulo preocupa, já que o time não consegue pontuar e deixar o Z-4 do Brasileirão. Bruno Prado acredita que as apresentações do Tricolor são reflexos daquilo que acontece fora de campo.

“O São Paulo não tem cara. O campeonato está na 12ª rodada, mas parece que o São Paulo está em pré-temporada ainda. O São Paulo precisa vencer seu próximo jogo. Mesmo ele sendo contra o lanterna, não dá para gravarmos uma vitória. A situação é complicada demais”, completou.

Segundo Vampeta, o Tricolor tem condições para deixar a zona do rebaixamento, mas com o passar das rodadas, a situação só piora e os próximos jogos passam a ser decisivos para o time do Morumbi.

“Hoje o São Paulo não foi mal, mas o resultado não aparece. E isso não adianta. O time precisa somar pontos. São sete jogos sem vencer e isso acabou deixando o time na zona do rebaixamento. O São Paulo tem time para sair dessa situação, mas está difícil”, concluiu.

Ouça os gols da partida entre Santos e São Paulo:

Santos – Copete, aos 44’1T

Santos – Copete, aos 8’2T

Santos – Copete, aos 22’2T

São Paulo – Shaylon, aos 30’2T

São Paulo – Arboleda, aos 42’2T

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