Comitê de Ética da Fifa pedirá que Platini seja banido do futebol

  • Por Agência EFE
  • 24/11/2015 09h53
EFE Investigado por receber dinheiro de Blatter

A câmara de investigação do Comitê de Ética da Fifa pedirá a expulsão vitalícia do presidente da Uefa, Michel Platini, por corrupção, informaram à Agência Efe os advogados do ex-jogador francês.

A decisão do Comitê de Ética da entidade, presidido pelo alemão Hans-Joachim Eckert, será oficialmente anunciada em dezembro.

Caso o Comitê siga a recomendação dos investigadores, será o fim da trajetória de Platini no futebol, em um momento em que o atual presidente da Uefa, suspenso provisoriamente até 5 de janeiro, almeja a candidatura à presidência da Fifa nas eleições de 26 de fevereiro.

A sentença da câmara de investigação, presidida por Vanessa Allard, de Trinidad e Tobago, é “absurda e delirante” e “descredita definitivamente a Fifa”, disse o advogado de Platini, Thomas Clay.

De acordo com a defesa, a câmara de investigação do Comitê de Ética, que apura o pagamento de 1,8 milhão de euros da Fifa a Platini em 2011, pediu na semana passada a maior pena possível.

Veículos da imprensa especulavam sanções de até seis anos, o que também impediria a candidatura de Platini para a Fifa, mas, segundo os advogados do francês, a punição pedida vai muito mais longe.

A expulsão vitalícia só foi ditada duas vezes pelas instâncias da Fifa: contra o americano Chuck Blazer, ex-integrante do Comitê Executivo e ex-secretário-geral da Concacaf, e contra o ex-presidente da Concacaf Jack Warner, de Trinidad e Tobago.

Ambos estão envolvidos em um caso de cobrança de propina e lavagem de dinheiro avaliado em aproximadamente 150 milhões de euros.

“A desproporção do pedido desacredita o trabalho judicial da senhora Allard, que não é sério”, afirmou Clay. O assessor jurídico de Platini considerou que a câmara de investigação não se baseou em provas e, em particular, que a sentença está sustentada na hipótese de que não existia contrato entre Platini e a Fifa, o que, segundo ele, “é totalmente falso”.

O advogado lembrou que no direito suíço o contrato verbal é legal e que no caso atual tanto o contratado quanto o contratante reconhecem sua existência, o que torna dispensável a necessidade de um contrato escrito. Ele ainda acrescentou que havia uma vinculação trabalhista entre seu cliente e a entidade máxima do futebol mundial.

Os advogados de Platini apelaram à Corte Arbitral do Esporte na última sexta-feira contra a suspensão provisória. Clay revelou ter fé na entidade por vê-la como “a única instância esportiva que emprega argumentos jurídicos”.

“Há muita gente que quer que Platini dirija a Fifa e não será a senhora Allard quem vai impedir. Platini pode ser um dirigente formidável, tem o carisma para isso. Por isso há esta caçada contra ele”, denunciou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.