Como criação brasileira aposentou pranchetas e aperfeiçoou tática no futebol

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2017 16h21 - Atualizado em 03/10/2017 16h35
Divulgação tite, seleção, notebook, prancheta Prancheta? Tite preferiu usar um notebook para orientar os jogadores em um treino da Seleção Brasileira

Esqueça as pranchetas e quadros negros. As inovações tecnológicas pedem passagem, e até no futebol, esporte conservador, que ainda engatinha no advento de modernizações, já se pode notar mudanças. Ano após ano, tem se tornado cada vez mais comum observar a utilização de tablets, projetores e notebooks por comissões técnicas de times de futebol. As pranchetas estão com os dias contados, e isso se deve, principalmente, a uma criação do Brasil – país, que, há três anos, teve a sua capacidade de renovação no futebol colocada em xeque por causa do 7 a 1.

Foi depois de uma pelada com os amigos, hobby tão comum no dia-a-dia brasileiro, que Danilo Lacerda, Fernando Closs e Pedro Henrique Borges de Almeida decidiram criar o Tactical Pad, principal símbolo da revolução tecnológica que já atinge o futebol. Desenvolvido em 2010, o aplicativo funciona como uma espécie de prancheta eletrônica e é já é o software mais usado no mundo por treinadores para a preparação de treinamentos e análise tática.

“Nós gostávamos de assistir e jogar futebol e tínhamos o sonho de jogar profissionalmente. Não deu, mas, como eu sou engenheiro de computação, o Tactical Pad foi a forma que encontrei para unir a paixão com a profissão. Eu falava muito sobre jogadas ensaiadas, a época do Telê Santana… E foi daí que surgiu a ideia: ‘que tal criar uma base de dados de jogadas e treinos?’ Daí nasceu tudo”, explica Fernando Closs, em entrevista exclusiva a Mauro Beting que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.

Disponível para ser baixado em todas as plataformas, o Tactical Pad oferece uma gama de recursos impressionante, como animação e visualização de situações de jogo em 3D, personalização de times, análise de vídeos e desempenho dos adversários e uma prancheta eletrônica que permite o desenho de jogadas. Inicialmente utilizado por blogueiros e jornalistas, o aplicativo ganhou força e já faz parte do trabalho de treinadores e jogadores. Simples de ser usado, ele aperfeiçoou a compreensão tática do futebol e atendeu à uma demanda que já dificultava as relações nos vestiários.

“O Tactical Pad aprofunda bastante a relação entre treinador e atleta. Ainda mais o atleta da nova geração, que está acostumado com videogame, novas tecnologias. No futebol, não tem mais aquela coisa de rabiscar o papel, usar quadro negro, fazer aquelas preleções maçantes… É uma realidade diferente. O Tactical Pad permite a criação de um gráfico mais rico, com foto dos jogadores e visualização em 3D. Isso facilita a compreensão das informações e deixa o atleta mais interessado na parte tática do jogo”, argumenta Closs.

O aplicativo também oferece mais de mil opções de treinamentos, o que o transforma numa importante fonte de informações para técnicos, preparadores e atletas.

Há uma enorme lista de clubes/federações que usam ou já usaram o Tactical Pad. Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Internacional, Coritiba, Bahia, Vitória, Fluminense, CBF, PSG, Celtic, Fiorentina, Porto e Federação Portuguesa estão entre eles.

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