Como Guardiola impressionou brasileiro com “piti” em treino do Bayern

  • Por Jovem Pan
  • 22/09/2017 11h00 - Atualizado em 22/09/2017 11h01
Facebook/Reprodução Facebook/Reprodução O perfeccionista Pep Guardiola comandou o Bayern de Munique de 2013 a 2016

Pep Guardiola, 46, é um dos treinadores mais vencedores da história e faz, no Manchester City, um trabalho digno de elogios nos primeiros jogos da temporada. O conhecimento tático do catalão é extenso, e o seu modelo de jogo, amplamente conhecido. Há outra vertente da atuação do já lendário treinador, no entanto, que também merece ser destacada: a gestão de grupo.

Guardiola sabe administrar egos e, principalmente, manter todos os atletas focados – seja durante jogos, seja durante treinos. O perfeccionismo do treinador é gigante e, não à toa, costuma “contaminar” os jogadores. Que o diga o elenco do Bayern de Munique…

Em entrevista exclusiva a Mauro Beting que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, o preparador físico brasileiro Flávio Trevisan, que acompanhou a intertemporada do clube alemão por dois anos, contou uma curiosa história envolvendo o trabalho de Pep Guardiola.

Certa vez, insatisfeito e irritado com o desempenho dos jogadores em um treino, o técnico deu um verdadeiro “piti”: paralisou a atividade após dois minutos, jogou a bola no chão com força e ordenou que os atletas corressem em volta do gramado para “refletir”. Não houve cara feia, descontentamento e nem reclamação. Pelo contrário… O que aconteceu nos minutos seguintes impressionou Flávio Trevisan.

“O Guardiola tinha parado o treino depois de dois minutos. Eu não tinha entendido o porquê… Mas ele parou porque não estava gostando do que estava vendo. Ele deu um berro, jogou a bola no chão e falou: ‘podem sair! Vai todo mundo dar uma volta no campo para refletir por que o treino está ruim!’. Os caras saíram imediatamente, todos juntinhos, no trotezinho… Caras como Müller, Robben, Ribéry, Thiago Alcântara, Lewandowski… Inacreditável! Quando eles voltaram, o Guardiola explicou o treino tudo de novo, como se nada tivesse acontecido… Aí recomeçou, e os caras voaram. Não erravam uma jogada. Foi impressionante”.

Trevisan conheceu Guardiola graças a Ziza, ex-jogador brasileiro com passagens por Guarani, Botafogo e Atlético-MG. Também preparador físico, Ziza trabalhou com Guardiola quando o então volante catalão jogou no Catar, entre 2003 e 2005. Os dois se tornaram grandes amigos, e dessa relação surgiu a oportunidade de Trevisan acompanhar a intertemporada do Bayern no Oriente Médio por dois anos.

O tempo de “estágio” foi curto, mas suficiente para mudar a forma como Trevisan enxergava o futebol. “Eu já era fã do Guardiola só de ver o Barcelona jogar, e pude acompanhar os treinamentos dele no Bayern de dentro do campo. Me abriu muito a cabeça. Ele é fantástico. Tem um nível de relacionamento espetacular com os jogadores, a postura profissional, os tipos de treinamentos… Ele sabe chamar a atenção dos jogadores quando precisa, é diferenciado. É um cara fora de série”.

Pep Guardiola comandou o Bayern de Munique por três temporadas – de 2013 a 2016. Neste período, ganhou três Campeonatos Alemães, duas Copas da Alemanha e um Mundial de Clubes –além disso, alcançou a semifinal da Liga dos Campeões da Europa nos três anos em que esteve à frente do clube alemão.

Tobias Hase/EFE

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