Após vexame, ex-supervisor da CBF diz que é preciso priorizar Seleção Olímpica

  • Por Jovem Pan
  • 16/07/2014 09h07
Brazil's defender David Luiz (R) is consoled by Brazil's defender and captain Thiago Silva after losing the semi-final football match between Brazil and Germany at The Mineirao Stadium in Belo Horizonte on July 8, 2014, during the 2014 FIFA World Cup. AFP PHOTO / GABRIEL BOUYS AFP David Luiz chora depois do jogo

Com quase 20 anos trabalhando diretamente com a Seleção Brasileira em diversos cargos, Américo Faria conhece a pressão e o ambiente da equipe gerenciada pela CBF. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o ex-supervisor da entidade evitou críticas duras ao técnico Luiz Felipe Scolari e disse que é o momento da CBF trabalhar em prol do sonho da medalha de ouro olímpica, conquista que falta à Seleção Brasileira. Na visão de Faria, houve mesmo uma “pane” durante a goleada história diante da Alemanha e, no momento, um técnico estrangeiro não seria o ideal para assumir a seleção pentacampeã mundial.

O próximo passo, na opinião de Faria, é buscar o título que falta ao país do futebol para amenizar a queda traumática no Mundial. “É o momento de pensar nas Olímpiadas. Não é uma safra muito abundante de valores, mas também não é hora de começar do zero. Existe uma grande dificuldade de se preparar uma seleção olímpica porque os atletas estão no exterior, mas acho que a grande oportunidade é priorizar a seleção olímpica. Você poderia jogar com essa seleção como se fosse a principal, trazendo três ou quatro nomes com mais experiência. E, ao mesmo tempo, você vai dando lastro para que esses jogadores joguem pela Seleção Brasileira, já pensando no próximo Mundial”.

Américo Faria não crê que um treinador estrangeiro seria ideal para a Seleção, mas afirma defender o intercâmbio de experiências entre os países. “Acho que haveria muitas dificuldades para um estrangeiro na Seleção]. Sou a favor da troca de informações e acho que um técnico estrangeiro comandando um grande clube do país seria importante. Agora, em termos de Seleção Brasileira, acho que não é o momento para isso”.

Apesar de defender um substituto “caseiro” para Felipão, Faria evitou condenar o trabalho do treinador gaúcho. “Os resultados foram bastantes desagradáveis. Concordo que houve uma pane [durante a goleada sofrida por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal e que o aspecto emocional dos atletas deveria ser trabalhado”. Para ele, não houve muitas críticas no momento da escolha dos 23 nomes para o Mundial. “Se você for recordar da convocação, a grande maioria concordou com a lista. Quais eram as outras opções? Então o momento, em termos de valores individuais, é isso aí. Isso é normal que aconteça no futebol, você trabalha com aquilo que tem, às vezes, não é o suficiente”, opinou o ex-coordenador, que defende que a entidade crie seminários para que haja maior dialogo entre treinadores, jogadores e jornalistas.

Faria também não apontou a CBF como maior responsável pelo vexame brasileiro dentro de casa na Copa 2014. “Com relação à estrutura da CBF, ela não possuía uma sede, agora tem e ainda conta com um museu. Reformou nosso CT lá em Teresópolis e, em termos do que poderia ser feito em estrutura, tudo foi feito. Agora é hora de ajudar um pouco mais os clubes. Acho que é preciso se aliar a mais federações e sindicados para qualificar mais treinadores”, declarou.

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