Do pênalti ao cartão, conheça a evolução das regras do futebol

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2014 16h50
EFE Ronaldinho recebe cartão vermelho após chutar rival

O futebol é o esporte mais praticado e assistido no mundo, atraindo uma legião de fãs por onde passa. Com o esporte consolidado no século XIX pelos ingleses, as primeiras regras foram surgindo para dar uma dinâmica maior aos jogos e para coibir lances violentos, recorrentes por conta da grande competitividade após a popularização e surgimento de clubes.

Para se ter ideia, o passe só era permitido para trás, como nos jogos de rúgbi, esporte irmão do futebol. Momentos importantes e decisivos de uma grande partida como penalidade, impedimentos, substituições e utilização dos cartões amarelos e vermelhos demoraram de 25 a 79 anos para surgirem como regras oficiais.

Confira quando surgiram as principais regras do futebol:

1866: Passes para frente são permitidos
A mudança mais fundamental foi a permissão do passe para frente, desde que houvesse três defensores entre o recebedor do passe e o gol. Antes disso, toda vez que a bola era chutada, qualquer jogador da mesma equipe que estivesse mais próximo da meta adversária estava em posição ilegal e não podia receber a bola. A alteração de 1866 representou um primeiro passo fundamental para o distanciamento em relação à regra original do impedimento (que continua em uso no rúgbi), permitindo que o jogo de passes florescesse.

1891: Introdução do pênalti
O pênalti, hoje um elemento característico do futebol, demorou quase 30 anos para que fosse finalmente instituído. Funcionando anteriormente sob a premissa de que um cavalheiro jamais cometeria falta de forma deliberada, o futebol acabou tendo de atender à crescente intensidade e competitividade do esporte, introduzindo uma medida que ficou conhecida como “o chute da morte”. Contudo, até 1902, a penalidade não era cobrada de uma marca específica, mas sim de qualquer ponto ao longo da linha dos 11 metros.

1891: Árbitros entram em cena
O reconhecimento de que o esporte deixara para trás seu cavalheirismo original veio com a introdução do árbitro. Nos primórdios do futebol, controvérsias eram decididas pelos capitães das duas equipes e, mais tarde, por dois delegados, sendo um de cada equipe, a quem as contestações poderiam ser feitas. Mas a quantidade de impasses aumentou, deixando clara a necessidade por um árbitro imparcial. Assim, a partir de 1891, o poder de apitar penalidades e faltas passou a ser de um único homem.

1912: Restrição aos goleiros
Os goleiros foram proibidos de pegar a bola com as mãos fora da área. Essa mudança surgiu apenas três anos depois de que ficou definido que jogadores da posição deveriam se distinguir visualmente de seus colegas de equipe por meio de um uniforme de outra cor, sendo que verde era o padrão.

1925: Impedimento muda novamente
A lei do impedimento previamente alterada foi ainda mais amenizada em 1925, determinando que um jogador ainda estaria em condições de jogo desde que dois (e não mais três) adversários estivessem posicionados entre ele e o gol. O resultado foi o crescimento imediato na quantidade de gols marcados. Em 1990, a regra seria alterada mais uma vez em favor dos atacantes, quando se definiu que um jogador também estaria em posição legal se estivesse posicionado na mesma linha de seu penúltimo oponente.

1958: Substituições são autorizadas
Os primeiros registros do esporte incluem menções a “suplentes”, mas seu propósito à época seria entrar em ação estritamente quando um dos titulares não comparecesse ao jogo. Entretanto, o impacto negativo das lesões nas partidas acabaria fazendo que as substituições fossem permitidas durante os 90 minutos, ainda que inicialmente isso se aplicasse apenas ao goleiro e a um único jogador de linha. A partir da década de 1960, a regra foi suavizada, permitindo a troca de atletas por questões táticas.

1970: Introdução dos cartões vermelho e amarelo
Capitaneado pelo árbitro inglês Ken Aston, então figura influente no Comitê de Arbitragem da FIFA, o sistema de cartões ao estilo “semáforo” tinha o intuito de pôr fim à confusão gerada em jogadores e torcedores quanto às intenções dos juízes. Os cartões vermelho e amarelo foram utilizados pela primeira vez em uma Copa do Mundo da FIFA naquele mesmo ano e continuam em uso até os dias de hoje, tendo se expandido inclusive para outras modalidades esportivas.

1992: Proibido pegar bolas recuadas
Outra mudança efetuada para gerar desequilíbrio em favor do setor ofensivo foi a decisão da International Football Association Board, em 1992, de proibir que goleiros pegassem com as mãos as bolas recuadas propositalmente pelos companheiros, quando estes utilizassem os pés. Apesar de ter sido recebida com muito ceticismo em um primeiro momento, a medida hoje é amplamente vista como algo que gerou um impacto positivo na forma de jogar o futebol.

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