Delegada diz ser prematuro avaliar extensão de casos de manipulação de resultados

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/07/2016 18h23
SP - OPERAÇÃO-GAME-OVER-COLETIVA-DELEGADAS - GERAL - As delegadas Margareth Barreto e Kelly Cristina Sacchetto César de Andrade (foto) concedem entrevista coletiva de imprensa sobre os resultados da Operação Game Over, Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo (SP), nesta quarta-feira (06). 06/07/2016 - Foto: SUAMY BEYDOUN/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO SUAMY BEYDOUN/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Operação Game Over

A delegada Kelly Cristina César de Andrade disse nesta quarta-feira que ainda é prematuro definir a real extensão da Operação Game Over, que investiga manipulação de resultados em partidas de futebol de vários campeonatos do futebol brasileiro. Nesta quarta-feira, a Polícia Civil prendeu sete pessoas envolvidas com as supostas fraudes. As prisões ocorreram em São Paulo, capital e interior, Ceará e Rio Grande do Norte.

“Essas quadrilhas atuam no Brasil a mando dos asiáticos, aliciando jogadores de torneios como a Série A2 e A3 do Campeonato Paulista”, disse Kelly Cristina, em entrevista coletiva. “Nas regiões Norte e Nordeste, os casos ainda estão sendo apurados. O inquérito vai continuar, esta é só uma primeira fase. Vamos deter esses indivíduos e ouvi-los para descobrirmos a real extensão dessas quadrilhas.”

Em São Paulo, a operação foi realizada em São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba e São Paulo. Um dos presos é o ex-goleiro do América de Rio Preto, Carlos Henrique de Franco Luna. Mais prisões deverão ocorrer pois, segundo o DHPP (Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa), foram expedidos dez mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão.

A Operação Game Over teve início em 2015, depois que surgiram denúncias de tentativas de compra de resultados em partidas do Paulista da Série A2. “A operação ainda está sob sigilo judicial Foi um inquérito instaurado pela delegacia a partir de uma requisição do Ministério Público, que começou no início do ano passado”, explicou a delegada.

De acordo com ela, a quadrilha atuava na maior parte do tempo em São Paulo e no Rio de Janeiro em conjunto com outra quadrilha, que tem ramificações na China, Malásia e China. Ainda não há detalhes sobre esses criminosos asiáticos.

Kelly Cristina não descartou a possibilidade de campeonatos de divisões principais terem sido alvo dos manipuladores. “Ainda é a primeira fase da investigação, precisamos ouvir os detidos para avançarmos.” 

Há, por exemplo, suspeitas sobre partidas do Campeonato Carioca de 2013. Em São Paulo, dirigentes de vários clubes do interior disseram ter recebido proposta de integrantes da máfia: Barueri, América, São José, Assisense e Grêmio Catanduvense.

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