Estado não pode ser babá de torcida organizada, diz promotor

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2016 01h39

Membros de torcida organizada do São Paulo entraram em conflito com a Guarda Municipal em Mogi das Cruzes

Rubens Chiri/saopaulofc.net/ Divulgação Torcida do São Paulo tem marcado presença em todos os jogos do time na Copinha

Durante os desfiles do segundo dia do Carnaval de São Paulo, na madrugada de sábado (6) para domingo, o repórter Fredy Júnior, da Rádio Jovem Pan, conversou com o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público. Castilho deu um tempo no samba para falar sobre as medidas que segurança que têm sido tomadas para acabar com a violência no futebol paulista, especialmente entre torcidas organizadas.

“O que estamos dando prioridade em 2016 é o ingresso online, a venda digital, pessoal e intransferível para torcida organizada. Nós queremos acabar com a carga, de modo que a torcida organizada não vá mais poder decidir quem vai ao estádio nem praticar o cambismo, pois sabemos que por trás disso tem a sonegação e a lavagem de dinheiro”, disse o promotor, que foi taxativo sobre o futuro do tema.

“Nós já requisitamos e temos o inquérito instaurado e vamos fechar o cerco. Ou eles (torcedores) vão para o estádio de maneira civilizada e comportada, como foram na quinta-feira torcedores do Palmeiras e do Corinthians, ou eles não têm mais que ir para o estádio. O Estado tem de economizar e deixar de ser babá de torcida organizada. Ou eles se comportam como gente civilizada, ou eles vão na cadeira ou ficar em suas casas”, anunciou.

Paulo Castilho também exaltou os números obtidos pelo Ministério Público. “Depois da implantação do Juizado do Torcedor, em maio do ano passado, tivemos uma diminuição gritante dos confrontos de torcida. Nós vamos atuar com mais efetividade, punindo e levando aos tribunais torcedores violentos. Em sete meses nós prendemos nove integrantes de torcidas organizadas, só no Juizado do Torcedor, afastamos 81, e processamos 42. A torcida organizada tem de se remodelar, se reinventar, porque nos moldes atuais não tem mais espaço para ela”, concluiu.

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