“Se só se defender, cai”. Ex-São Paulo dá a receita para vencer o Mundial

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2017 10h00 - Atualizado em 15/12/2017 10h58
Edu Garcia/Estadão Conteúdo Palhinha foi bicampeão intercontinental com o São Paulo

Fechar-se na defesa e apostar nos contra-ataques ou deixar o respeito de lado e jogar de igual para igual? Sempre que um clube brasileiro vence a Libertadores e se credencia para enfrentar o campeão europeu pelo título mundial, surge o dilema que, certamente, tem martelado a cabeça de Renato Gaúcho nos últimos dias – o Grêmio encara o Real Madrid na decisão do Mundial de Clubes no próximo sábado, às 15h (de Brasília), em Abu Dhabi.

Bicampeão intercontinental com o São Paulo, Palhinha tem a receita pronta para conquistar o torneio mais desejado pelos clubes brasileiros. “Como você não vai jogar contra um time desse nível? Tem que jogar… Se você ficar só defendendo, é igual boxe: uma hora cai”, metaforizou, em entrevista exclusiva a Fausto Favara, para a Rádio Jovem Pan.

E o ex-atacante tem conhecimento de causa. Em 1992, foi campeão mundial após vitória por 2 a 1 sobre o Barcelona, no Japão. Um ano depois, faturou o bi com triunfo por 3 a 2 sobre o Milan, também do outro lado do planeta. O detalhe é que, em ambos os jogos, o São Paulo não se acovardou e enfrentou o campeão europeu de “peito aberto”.

“O Telê (Santana, então técnico do São Paulo) sempre queria que nós jogássemos futebol, independente do adversário que fôssemos enfrentar. Sabíamos da força do Barcelona e do Milan, da qualidade dos jogadores deles, mas jogamos bola, até porque o Telê odiava quando fazíamos alguma jogada mais dura, cometíamos alguma falta desnecessária… Então, entramos em campo para ganhar na bola”.

Na visão de Palhinha, um time grande não pode se limitar a apenas se defender – mesmo em uma partida contra um rival superior tecnicamente. A posse de bola no campo de defesa também desagrada ao ex-atacante, que tem 49 anos e é presidente do Boston City FC, dos Estados Unidos.

“Hoje, muita gente confunde posse de bola com toque entre os zagueiros atrás da linha do meio de campo. Posse de bola tem que ser no campo do adversário, agredindo. Por isso que a gente vê times como Real Madrid, Barcelona e Bayern de Munique sufocando tudo mundo. Eles sempre buscam o gol… É assim que tem que ser”.

Corajoso ou conservador, o Grêmio encara o Real Madrid no próximo sábado, às 15h (de Brasília), em Abu Dhabi. Se vencer, o time tricolor conquistará o segundo título mundial de sua história – o primeiro foi faturado em 1983, diante do Hamburgo, no Japão. Se perder, por sua vez, igualará o Cruzeiro como clube brasileiro com mais vices-mundiais – dois, já que foi derrotado pelo Ajax na decisão de 1995.

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