Federação cria um ranking e Campeonato Paulista terá rebaixamento de árbitro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/01/2018 08h43
RICARDO MOREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Segundo novas regras da FPF, somente árbitros com nota alta apitariam partidas na Série A1 do Campeonato Paulista

A Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu implantar a partir deste ano um ranking de árbitros e assistentes que prevê notas de 0 a 10 e o rebaixamento de quem não realizar um bom trabalho. O novo método vai ser aplicado já neste Campeonato Paulista, que começa na próxima quarta-feira (17). Juízes e auxiliares precisarão de uma licença para apitar jogos grandes. A qualificação é uma tentativa de melhorar o nível da arbitragem.

A introdução do ranking será divulgada pela FPF na semana que vem, mas o jornal O Estado de S. Paulo antecipou como irá funcionar. Haverá cinco tipos de licença: Básico (apenas para jogos amadores), Licença C, B, A e Pro. A partir de 2021, apenas árbitros com a status Pro apitarão na Série A1.

Como o método está entrando em vigor, a FPF decidiu dividir os árbitros para que eles tentem tirar a licença C e B neste ano. Apenas daqui a três anos alguém conseguirá chegar ao nível máximo. “Hoje o árbitro se destaca pela quantidade de jogos. Para melhorar, precisamos focar na análise e na qualidade, não na quantidade”, explicou Dionísio Roberto Domingo, coordenador de Desenvolvimento de Arbitragem da FPF.

Árbitros e assistentes terão aulas teóricas e práticas envolvendo condições físicas, mentais e técnicas. Além disso, serão avaliados durante os jogos por um tutor, que passará a acompanhá-los uma hora antes do início da partida e ficará até uma hora depois, e por um ex-árbitro, que assistirá ao jogo pela TV. Juntos, vão discutir os erros e acertos e, com a direção de arbitragem da FPF, darão nota de 0 a 10 para cada um dos membros da equipe de arbitragem.

Além de interpretações de lances, serão avaliadas dezenas de funções – entre elas agilidade, poder de raciocínio, equilíbrio psicológico para lidar com pressão, dentre outros. Para dar maior efetividade aos dados, a entidade monitorará os árbitros com auxílio de GPS, que eles irão carregar durante os jogos e que mostrará distância percorrida, batimento cardíacos, velocidade, etc.

Ao final do ano, a pior nota vai ser descartada e, se mesmo assim o árbitro ficar com média abaixo da nota de corte (7 para licença C, 7,25 para a B, 7,5 para a A e 7,75 para a Pro), terá a licença rebaixada (quem tem a B passará a ter a C, por exemplo). Se a nota estiver acima, subirá de nível.

Se, ao longo do Paulistão, o árbitro cometer um erro grave, será suspenso preventivamente para fazer cursos específicos, com o objetivo de explorar o motivo do erro – e não repeti-lo. Em seguida, voltará a apitar.

Além das notas e da obrigatoriedade da frequência nas aulas, há um requisito mínimo no número de partidas. Na licença A, por exemplo, o árbitro precisará ter trabalhado em 12 jogos da Série A2 e 20 da Série A1 ou 10 da Série A do Brasileiro.

O ranking é estadual, mas os jogos que os árbitros apitarem por torneios nacionais também serão contabilizados. “Não vamos limitar número de árbitros por licença. A ideia é ter uma disputa interpessoal e não entre eles. É uma forma de mostrar para os juízes que, se eles fizerem um bom trabalho, subirão de acesso, independentemente do que acontecer com os outros”, explicou Dionisio Roberto Domingo.

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