Falcão se impressiona com Audax e ensina: “chutão é ilusão de 10 segundos”

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2016 14h02

Paulo Roberto Falcão participou do programa Esporte em Discussão desta sexta-feira

Jovem Pan/Reprodução Paulo Roberto Falcão participou do programa Esporte em Discussão desta sexta-feira

O programa Esporte em Discussão desta sexta-feira recebeu um convidado para lá de especial. Um dos maiores volantes da história do futebol mundial, Paulo Roberto Falcão participou da principal atração esportiva da Rádio Jovem Pan. Durante uma hora, o ex-jogador, que hoje trabalha como técnico, falou sobre o futebol brasileiro. E, dentre os temas abordados, rendeu-se ao trabalho executado pelo Grêmio Osasco Audax. 

“É bom o ver o time do Audaxporque ele tem uma concepção correta do futebol, que é, simplesmente, jogar futebol. Tem time que joga pela bola e tem time que joga pelo espaço. São duas formas diferentes, e o Audax joga pela bola. Eu gosto“, afirmou Falcão, que comandava o Sport até abril, quando foi demitido após eliminação na semifinal da Copa do Nordeste. 

Para ele, que foi um dos jogadores de futebol mais qualificados da história, o Audax age certo ao ter quase que uma obsessão pela posse de bola – que o faz, inclusive, resistir a usar ligações diretas para sair do campo defensivo. “O que impressiona no Audax é a forma como ele sai jogando, usando até o goleiro como opção”, elogiou Falcão. 

No futebol, o chutão é uma ilusão de dez segundos, porque a bola vai, mas dez segundos depois, volta. Se soubéssemos que ela iria e não voltaria nunca mais, só daríamos chutão, não é verdade? Mas não é por isto que apelamos a esta prática“, ensinou o ex-jogador, tão elogiado por liderar o meio de campo da Seleção Brasileira de 1982 – mundialmente reconhecida por ter praticado um futebol bonito.

Vi muita gente falar que em time grande essa filosofia do Audax não seria possível. Não é verdade. Seria mais fácil que desse certo, até. Pressão da torcida todos os clubes vão ter. Mas, se a torcida observar lá de cima o time saindo tocando a bola no chão, ela vai gostar. Ela gosta do bom futebol. Hoje, o resultado importa muito, mas se uma equipe conseguir qualificar a sua forma de jogar, o resultado vai sair mais fácil“, ressaltou Falcão. 

Para finalizar, o ex-jogador fez uma ressalva importante à respeito do bom desempenho do Audax. “O Fernando Diniz já está no clube há três anos. Então, este sucesso não é à toa. O importante é dar tempo para o treinador trabalhar. Será que, se ele estivesse em um time maior, com mais pressão, haveria algum dirigente que o bancasse independente do resultado?“, perguntou. 

Esse questionamento, sem vidas, assombra Paulo Roberto Falcão atualmente. Desde que deixou de trabalhar como comentarista esportivo para atuar como técnico, afinal, o ex-atleta praticamente não teve tempo para mostrar serviço. Em cinco anos, passou apenas por Internacional, Bahia e Sport, tendo sido, em todos os casos, demitido precocemente. No clube gaúcho, caiu após três meses. No baiano, foi demitido após 150 dias. Já na equipe pernambucana, perdeu o emprego depois de sete meses.

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