Derby Centenário: corintianos e palmeirenses relembram jogos históricos

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2017 23h47

Final do Paulista de 1993 é considerado como um dos maiores jogos da história do clássico

Estadão Conteúdo Final do Paulista de 1993 é considerado como um dos maiores jogos da história do clássico

A rivalidade entre Corinthians e Palmeiras é considerada uma das maiores do mundo da bola. E nesta quarta-feira, às 21h45, no Itaquerão, as equipes têm mais um encontro pela frente. O duelo, válido pela quinta rodada do Campeonato Paulista, é mais que especial e promete muitas emoções aos torcedores, pois será o primeiro da temporada em que o Derby completa 100 anos de história.

Corinthians e Palmeiras se enfrentaram pela primeira vez no dia 6 de maio de 1917, em clássico que teve o Verdão como vencedor: 3 a 0, com todos os gols anotados por Caetano. Desde então foram disputados outros 351 jogos, com o time alviverde levando uma pequena vantagem – 124 vitórias do Palmeiras, 120 vitórias do Corinthians e 107 empates.

Diante desta rivalidade histórica e repleta de jogos memoráveis, a Jovem Pan conversou com corintianos e palmeirenses, ex-jogadores e ídolos dos dois times, para relembrar os jogos mais marcantes dos últimos cem anos. Confira:

Leivinha, ex-meia e ídolo do Palmeiras

Participei de vários clássico entre Palmeiras e Corinthians, mas acho que o mais importante foi em 1974, na final do Campeonato Paulista. O Corinthians não era campeão há muito tempo e a torcida corintiana compareceu em peso no Morumbi. Naquele dia jogamos contra tudo e contra todos. O Corinthians estava pressionado, pela torcida e pela própria imprensa.

Eles tinham um jogador excepcional que era o Rivellino, mas que acabou sendo muito bem marcado pelo Dudu. Nós fomos tranquilos para a partida, pois sabíamos que se ganhássemos o jogo e o título, seria só mais um. Estávamos acostumados a ser campeões. Tínhamos uma equipe melhor que o Corinthians na época e vencemos com um gol do Ronaldo.

Mauro Beting, jornalista da Jovem Pan

O meu Palmeiras e Corinthians inesquecível foi o Dia da Paixão Palmeirense, em 12 de junho de 1993. O jogo que marcou o final do jejum de 16 anos de fila começou, na verdade, na véspera, ou no caso, na primeira partida da final do Paulista de 93, quando o Viola imitou um porco e acabou botando fogo ainda mais no clássico, no time montado pela Parmalat, um autêntica Via Láctea, que acabou fazendo o Palmeiras vencer o Corinthians por 3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação.

A arbitragem não foi boa. Muitos erros de José Aparecido de Oliveira, mas naquela tarde/noite não tinha como não dar o Palmeiras, que tinha o Evair de volta depois de 52 dias sem jogar como titular e fazendo dois gols. Tinha Edilson, que faria outro clássico polêmico, na final do Paulista de 1999, agora com camisa corintiana. Tinha César Sampaio, o melhor em campo, que não deixou o Viola jogar mesmo com uma bola no tornozelo. E teve toda essa festa do Palmeiras.

Palmeiras que, aliás, basicamente repetiu o que havia acontecido em 22 de dezembro de 1974, quando o Palmeiras deixou o Corinthians na fila. Corinthians que deixaria o Palmeiras sair da fila em 1993. Duas derrotas, que não tem como o Corinthians devolver ou só conseguirá devolver se um dia o Corinthians deixar o Palmeiras mais um ano na fila e se um dia o Corinthians sair do jejum de títulos em cima do Palmeiras. E essa felicidade, para o Palmeirense, é inesquecível.

Paulo Sérgio, ex-atacante do Corinthians

O jogo mais marcante, mais inesquecível, foi a final do Paulistão de 1993, que foi meu último derby pelo Corinthians. Aquela foi uma final histórica, onde nós vencemos o primeiro jogo, mas acabamos perdendo o segundo. Mesmo assim, é uma final que todo corintiano lembra.

O Palmeiras vivia um momento delicado, não conseguia títulos, mas estava com bons investimentos naquele ano. A gente não tinha esses investimentos, mas fomos a final. Éramos um grupo muito bom e conseguimos vencer o primeiro jogo da decisão, jogando páreo com o Palmeiras. 

No segundo jogo tivemos muitas falhas, e falhas também do árbitro. Todos se lembram do carrinho do Edmundo, em que o José Aparecido (de Oliveira, árbitro da final) foi negligente. Essas coisas fazem esse jogo ser inesquecível, são histórias que fazem parte do futebol e isso é muito bom.

Vampeta, ídolo do Corinthians e comentarista da Jovem Pan

Tenho vários Palmeiras e Corinthians inesquecíveis, pelo Paulista, Brasileiro, Libertadores… Mas, como estamos no Estadual, vou falar daquela final do Campeonato Paulista de 1999, aquela das embaixadas do Edílson, o Capetinha. 

A gente ganhou de 3 a 0 no primeiro jogo e o Palmeiras tinha que ganhar de 4 a 0 para ser campeão, só que no intervalo entre esses dois jogos eles eliminaram a gente nos pênaltis na Libertadores.

No segundo jogo, quando estava 2 a 2, o Edílson pegou a bola, fez umas embaixadinhas e “fechou mó pau” no Morumbi. Acabou que o Corinthians foi campeão paulista e o Palmeiras ganhou a Libertadores.

E o Edílson, que tinha sido convocado para a Seleção Brasileira, foi cortado por causa disso. Fomos eu e o Marcos para a Copa América, e aí surgiu o Ronaldinho Gaúcho, que nem estava convocado entre os 23.

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