“Falta profissionalismo e fome para os atletas de hoje em dia”, afirma Luizão

  • Por Nilson César/Jovem Pan
  • 30/08/2014 13h30

Campeão mundial em 2002 pela Seleção Brasileira Folhapress falta profissionalismo e fome para os atletas de hoje em dia

Luizão certamente foi um dos grandes atacantes da década de 1990, passando pelos grandes clubes de São Paulo, fazendo muito sucesso e conquistando títulos. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o pentacampeão do mundo criticou a falta de centroavantes no Brasil e disse que falta profissionalismo e “fome” para os atletas de hoje em dia.

“Fico triste com isso. Quando você vai ver um jogo de time de categorias de base, colocam sempre dois atacantes velozes na frente. Tinham que treinar desde pequeno o homem gol, é difícil ver no Brasil hoje em dia”, lamentou. “Hoje os jogadores vão embora logo quando acaba o treino, não ficam treinando finalizações com o pé direito e esquerdo, cabeceios. Falta um pouco de profissionalismo”, opinou.

Com as discussões sobre a necessidade de um homem gol no futebol moderno, a posição está cada vez mais extinta nos grandes clubes da Europa e do mundo. O ex-artilheiro de Corinthians, Palmeiras e São Paulo lembra que ele jogou em várias posições ao longo de sua carreira e que ser centroavante não significa ficar parado dentro da área.

“Eu joguei de várias maneiras ao longo da minha carreira. No Guarani eu joguei mais pelos lados, no Palmeiras o Vanderlei (Luxemburgo) não deixava eu sair da área, no Corinthians eu atuava pelos lados com o Edilson e o Donizete. Eu acho que o centroavante não precisa ficar paradão. Dá para ter um centroavante como eu, o Careca e o Ronaldo, que vinham buscar a bola”, contou.

Após a sua aposentadoria no ano de 2009, Luizão se tornou empresário e revelou que isso o ajudou a ver o quanto os jovens da base perderam a vontade de treinar por conta da vida boa proporcionada por grande salários já na infância. Ele também criticou os treinadores por não incentivarem o aperfeiçoamento técnico durante os treinos.

“Acho que hoje em termos de base, eu que sou empresário, os jogadores já começam ganhando muito dinheiro e o que você precisa é ter fome, aperfeiçoar a perna que não é boa, o cabeceio. O que falta é vontade do atleta e dos técnicos em dar treino. Os ex-jogadores poderiam ser mais bem aproveitados nos clubes, passando histórias da carreira, ensinar a guardar dinheiro para ter uma boa vida depois que parar no futebol”, indicou.

Apesar do desejo de que o futebol brasileiro possa retornar ao seu lugar de direito, o ex-atacante sabe que a realidade é outra e que irá demorar para surgir atletas como os dos quatro títulos mundiais do Brasil na Copa do Mundo.

“Eu torço para que seja o mais rápido possível. Mas vendo a realidade, sabemos que vai demorar muito para ter uma seleção no nível das que foram campeãs do mundo. O talento nosso, a dedicação, a vontade de vencer hoje é muito diferente da nossa época”, finalizou.

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