Promotor do MP-SP considera Portuguesa vítima no “Caso Héverton”

  • Por Wanderley Nogueira/Jovem Pan
  • 13/11/2014 13h07
Heverton. Portuguesa x Goias pelo Brasileiro A 2013 no Caninde. 10 de Outubro 2013, Sao Paulo, Sao Paulo, Brasil. Foto: Mauro Horita/AGIF Mauro Horita/AGIF/Folhapress Após polêmica

Em entrevista à Jovem Pan, o promotor do Ministério Público de São Paulo, Roberto Senise, afirmou que a Portuguesa é vítima no “Caso Héverton”, quando o clube foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro ao perder quatro pontos no STJD após escalar irregularmente o jogador na partida contra o Grêmio, na última rodada da competição em 2013.

“Sim, é vítima. Sem sombra de dúvidas. Desde o início o Ministério Público de São Paulo trabalha com essa tese e não age em defesa da Portuguesa, age para proteger os torcedores de maneira geral. Quem são os vitimados em 1º lugar? Os torcedores da Portuguesa, não apenas o clube”, explicou.

Senise acredita que o ex-presidente Manuel da Lupa, o diretor de futebol Valdir da Rocha e o ex-diretor jurídico Roberto dos Santos tinham total noção de que o meia estava atuando de forma irregular. Para ele, é preocupante um time que nunca cometeu nenhum erro com as suas responsabilidades jurídicas do nada falhar num procedimento simples como o do ex-atleta da Lusa.

“Esse é o ponto. O que causa preocupação em tudo isso é que o procedimento que a Lusa sempre adotou não tinha como dar erro. De repente temos três erros, realmente isso faz com que haja uma séria dúvida sobre eles. Como poderia haver um erro grotesco desses dois dias antes de uma partida contra o Grêmio, que o Héverton teria atuado irregularmente”, afirmou.

Apesar de toda a investigação no inquérito, a promotoria ainda luta para descobrir quem é o corruptor do caso, ou seja, quem procurou os dirigentes para barganhar a vantagem no Campeonato Brasileiro. Sem provas concretas, o promotor confirma que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) está trabalhando nisso.

“Eu não posso afirmar (quem são os corruptores) por não ter provas. O que há são boatos. Estou valendo da expertise da Gaeco para que possa obter informações sobre isso. Essa é uma das linhas de investigação do MP, que os dirigentes cometeram esse erro de forma premeditada para ganhar dinheiro. Essa prova está sendo trabalhada, o MP está procurando descobri-la”, garantiu.

Senise não deu prazo para que quando o caso será solucionado. O promotor diz que tudo depende da descoberta de uma prova documental de que houve pagamento aos ex-dirigentes do clube paulistano.

“O grande problema está realmente na prova documental, se houve ou não o pagamento. Havendo a comprovação, a história será abreviada com certeza. Se não houver, a promotoria irá atém as últimas consequências quanto à obtenção das provas para chegar a sua conclusão. Temos testemunhas, documentos que vieram a nosso conhecimento, quebras de sigilos”, completou.

Quebrada financeiramente por conta da falta das cotas de televisão, a Portuguesa se complicou no Brasileirão e foi rebaixada para a 3ª divisão do nacional, com cinco rodadas de antecedência.

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