Governo pede registros contábeis à federação do Chile após escândalo na Fifa

  • Por Agencia EFE
  • 29/05/2015 12h45

O governo do Chile pediu à Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) do país seus antecedentes financeiros e balanços para determinar se há inconsistências, afirmou a ministra da Justiça, Javiera Blanco.

A decisão foi tomada depois de a ANFP ter admitido a existência de um bônus de US$ 1,5 milhão transferido pela Conmebol no dia 24 de março, por causa da realização da Copa América no Chile.

Na quarta-feira, a entidade máxima do futebol chileno tinha apresentado um depósito anterior, de uma quantia similar, enviado pela em 26 de novembro de 2013 pela empresa Datisa. O montante foi depositado diretamente na conta do Comitê Organizador da Copa América 2015.

Esse primeiro depósito, segundo a promotoria dos Estados Unidos, correspondia a um suborno de dirigentes da Conmebol aos presidentes das federações associadas à entidade, de um total de US$ 100 milhões, relativos às edições de 2015, 2019 e 2023 da Copa América e também à Copa América Centenário, que será disputada em 2016.

“Não podemos prejulgar. O podemos fazer é o que o Código Civil nos permite, que é requisitar as informações e, a partir disso, determinar se há algum tipo de inconformidade”, disse Javiera à imprensa local, ao confirmar o pedido de envio da documentação.

Questionada pelos jornalistas, a ministra explicou que se forem encontradas inconsistências nos registros financeiros, a ANFP poderia perder seu status de pessoa jurídica.

A Datisa, que possui os direitos de transmissão de todos os torneios citados, é uma das investigadas pela Justiça americana no escândalo de corrupção da Fifa. Sete dirigentes da entidade foram presos na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

A empresa teria concordado em pagar um suborno dividido em cinco parcelas de US$ 20 milhões cada. As duas primeiras teriam sido pagas entre junho e setembro de 2013, conforme a Justiça americana.

O dinheiro teria sido repartido da seguinte forma: US$ 3 milhões para o presidente da Conmebol, da federação da Argentina e do Brasil; US$ 1,5 milhão para cada presidente das outras sete federações e US$ 500 mil para outro dirigente do órgão.

O presidente da ANFP, Sergio Jadue, que está em Zurique para o Congresso da Fifa, negou ter recebido suborno. Segundo ele, o dinheiro foi uma antecipação para a organização da próxima Copa América, algo comprovado pela entidade com a apresentação do comprovante do depósito.

Mas a ANFP nada disse sobre a existência do segundo pagamento e só se pronunciou 24 horas depois da revelação, despertando as suspeitas das autoridades. 

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