Maradona afirma que o futebol argentino “está quebrado”

  • Por EFE
  • 13/02/2017 14h57
EFE Campeão em 1986

O ex-jogador Diego Maradona declarou que o futebol argentino “está quebrado” por conta das disputas entre os dirigentes das equipes e alertou que existe o risco da Fifa desfiliar e deixar os clubes fora das competições internacionais.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Clarín, Maradona, que se tornou embaixador da Fifa na Argentina para ajudar a solucionar a crise que atravessa a Associação do Futebol Argentino, a AFA, falou da situação do futebol argentino, da seleção e da vida pessoal.

A maior parte da entrevista focou na crise econômica e institucional da AFA por um complexo conflito pelos direitos de televisão dos clubes, que, por enquanto, atrasou para março o reinício do Campeonato Argentino, que estava previsto para fevereiro.

Para Maradona, os presidentes dos clubes estão “mais preocupados com o próprio lucro que podem conseguir” em um contrato de televisão do que com os “problemas reais do futebol”, por isso pediu que deixem “a soberba em casa” e comecem a “trabalhar”.

O ídolo argentino explicou que, como embaixador da Fifa, escreverá um documento no qual detalhará a situação atual da instituição. “Vou levar meu relatório a Zurique porque me parece que as coisas não estão sendo feitas corretamente, e o governo igualmente”.

A volta do torneio estava programado para o primeiro fim de semana de fevereiro. No entanto, a AFA ainda não vendeu os direitos de transmissão pela televisão, após o presidente Mauricio Macri ter acabado com o Futebol para Todos, programa no qual o governo pagava aos clubes para transmitir o torneio de forma gratuita.

Macri, suspendeu o plano estatal a partir do dia 1º de janeiro e alguns clubes exigem do governo uma indenização pela ruptura antecipada do contrato, que terminava em 2019.

No entanto, os problemas na AFA ficaram críticos há mais de um ano, quando as eleições para escolher o presidente do período de 2015 a 2019 terminaram com um empate de 38 votos, o que teoricamente seria impossível dado 75 participantes estavam capacitados para votar.

Maradona, que entende que a situação se manteve ruim devido à soberba dos dirigentes dos clubes, advertiu que a Fifa pode tomar medidas extremas caso seja escolhido um novo presidente nas eleições programadas para abril.

Por outro lado, Maradona minimizou a importância dos áudios recentemente vazados nos quais o presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, pede favores a diretores da AFA e disse que essa prática no futebol argentino se aplica a “todo o mundo”. 

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