Nápoles em alerta para evitar conflitos no duelo mais temido do Italiano

  • Por EFE
  • 31/10/2014 11h17

Briga ocorreu antes da final da Copa da Itália entre Napoli e Fiorentina

EFE Polícia da Itália dentifica responsável por atirar em torcedores do Napoli

A cidade de Nápoles se prepara para a partida entre Napoli e Roma neste sábado, duelo que a imprensa italiana avalia como o mais temido do futebol no país por causa da rivalidade e do ódio entre os torcedores dos dois clubes.

Neste ano, a torcida do Roma está proibida de entrar no estádio de San Paolo, palco do duelo de amanhã. A medida foi adotada para evitar a repetição dos episódios violentos ocorridos na final da Copa Itália, em junho, que acabaram matando um torcedor do Napoli.

Ciro Esposito, de 30 anos, foi atingido por um tiro no peito nos arredores do estádio Olímpico de Roma, onde foi realizada a decisão entre Napoli e Fiorentina. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Daniele De Santis, de 48 anos, conhecido ultra (torcedor organizado) da Roma, foi preso por causa do crime.

Segundo a investigação da polícia italiana, ele provocou torcedores do Napoli, disparando rojões. Quando o grupo revidou, correndo atrás de De Santis, ele caiu no chão. Acuado, tirou um revólver e disparou três vezes, ferindo Esposito e outros dois torcedores napolitanos.

A final da Copa Itália começou com 45 minutos de atraso e quase não foi realizada por causa da falta de segurança. Já dentro do estádio, torcedores do Napoli atiraram rojões no campo. Foi preciso que jogadores da equipe e as autoridades locais conversassem com representantes da torcida organizada do clube para que os ânimos fossem controlados.

Para evitar novos distúrbios amanhã, a cidade “está blindada para a partida do medo”, segundo os jornais italianos, com um dispositivo de segurança que contará com mil policiais.

Além disso, está sendo mantido em segredo o hotel onde ficarão hospedados os jogadores da Roma para evitar possíveis ataques.

O chefe do departamento de Segurança Pública, Vicenzo Panico, disse que “seria lindo um abraço entre Francesco Totti e Gonzalo Higuaín, os jogadores mais simbólicos dos dois clubes, antes da partida”.

Em entrevista, a mãe de Ciro Esposito, Antonella Leardi, garantiu que gostaria de ir ao estádio para mostrar que o “sacrifício de seu filho não foi em vão” e que futebol é sinônimo de diversão, energia e alegria.

“No estádio não se deve correr o risco de morrer. Estarei muito abalada por pensar que ali poderia estar o meu Ciro, mesmo que o tempo tenha passado e ele nunca mais volte”, lamentou a mãe do torcedor morto.

Ela discorda da proibição da entrada de torcedores nos estádios como medida para reduzir o enfrentamento entre as organizadas italianas.

“Não é com uma mão dura que se resolve a violência nos estádios, mas sim com uma mensagem de respeito recíproco”, defendeu.

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