“Não vejo como uma revanche”, diz brasileiro do Atlético sobre jogo contra Real

  • Por Rafael Souto/Jovem Pan
  • 01/04/2015 12h56
Divulgação O lateral esquerdo Guilherme Siqueira foi contratado junto ao Benfica no começo desta temporada

Não é todo brasileiro que conhece Guilherme Siqueira, mesmo os amantes do futebol. Nascido em Santa Catarina, o jogador começou a sua carreira nos times locais e rapidamente se transferiu para o velho continente. Com passagens por Internazionale, Lazio, Udinese, Granada e Benfica, o catarinense chegou ao Atlético de Madrid em junho de 2014, para substituir o também brasileiro Filipe Luis, que se transferiu para o Chelsea.

Especulações dão conta de que o jogador despertou o interesse do maior rival do clube, o Real. Segundo o site The Mirror, Guilherme Siqueira é o principal alvo parar repôr a possível saída do português Fábio Coentrão, que deve transferir-se para o Manchester United na próxima janela de negociações.

Em entrevista exclusiva ao Jovem Pan Online, o lateral esquerdo do Atlético de Madrid falou sobre a participação do clube na Liga dos Campeões e no Campeonato Espanhol, sobre o técnico Diego Simeone e uma possível convocação para a Seleção Brasileira.

Liga dos Campeões

Assim que chegou à capital espanhola, Guilherme encontrou um clube que havia sido derrotado na final da mais famosa competição da Europa pelo seu maior rival e que perdeu peças importantes como Courtois, Diego Costa e David Villa. Mesmo com o cenário conturbado, o Atlético conseguiu reverter a situação e conquistou a Supercopa da Espanha diante do Real, em 2014.

Na atual edição da Liga dos Campeões, o time se classificou em primeiro lugar no grupo da temida Juventus de Turim, passou nos pênaltis pelo Bayer Leverkusen nas oitavas de final e quis o destino que Atlético de Madrid e Real Madrid se enfrentassem novamente, desta vez pelas quartas.

Seria uma oportunidade de revanche? Não na opinião de Guilherme Siqueira: “não colocaria como uma vingança porque os dois times foram felizes nos confrontos que tivemos, nós ganhamos a Supercopa e eles a Liga. Vai ser um jogo bonito, um clássico, nós sabemos a grandeza que essa partida tem. É uma partida que a galera está esperando bastante”.

Ainda sobre o confronto contra o Real Madrid, Guilherme entende que os ‘Colchoneros’, como é conhecido o Atlético, tem uma vantagem perante os demais, afinal, costuma enfrentar o rival várias vezes durante a temporada: “a gente fez seis ou sete jogos contra eles, então a gente já sabe o lado positivo ou negativo do Real e estamos trabalhando muito forte em cima dos pontos negativos deles para saber ler estas duas partidas e sair com a vitória”.

Campeonato Espanhol

Se na Liga dos Campeões o clube tem uma importante decisão para manter viva a chance de conquistar o título pela primeira vez, no campeonato nacional a situação não é tão simples, afinal, o Barcelona está na primeira colocação, com 68 pontos, enquanto o Atlético de Madrid está em quarto, com 59.

Para o jogador, a melhor alternativa é focar no trabalho para tentar reverter o contexto: “nós temos visto os jogos do Barça e sabemos que é um time que dificilmente vai perder pontos até o final da temporada. Nós pensamos jogo a jogo, não queremos pensar no final do campeonato. Nós temos que perder menos pontos possíveis pra poder encostar nos primeiros. Não estamos longe, mas também não será fácil”.

Diego Simeone

Por falar em trabalho, o lateral esquerdo não poupou elogios ao falar sobre o argentino Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid desde a temporada 2011/2012. “Ele é um cara muito exigente, tenta sacar o máximo possível de cada um, e está sempre perto da gente, dando conselhos e chamando a atenção. Se hoje o Atlético está onde está não é por acaso, o ‘Cholo’, [como é conhecido o treinador], tem uma maneira de trabalhar que me deixa privilegiado de estar num grupo como o do Atlético”, explica.

A opinião não é apenas de Guilherme. No último mês o clube madrileno anunciou a renovação de contrato de Simeone até 2020. Mais cinco temporadas para que ele continue colocando o clube no caminho das decisões, como o próprio lateral apontou.

“Acho que o clube fez bem, afinal, é um time que quer ficar consolidado e tranquilo, e que conseguiu chegar num nível importante no futebol mundial, graças aquilo que o Simeone fez dentro da entidade. Então, que fique por muito tempo por aqui, pois isso seria sinônimo de vitórias e alegrias “, comemora.

Seleção Brasileira

Perguntado sobre o processo de reestruturação que a Seleção Brasileira passa e sobre uma possível convocação no futuro, Guilherme demonstra ter pés no chão. “Eu estou há muito tempo fora, eu já passei por tudo na minha carreira. Eu só penso no meu clube, no dia-a-dia, e em dar alegrias para a torcida do Atlético. Acho que a Seleção seria uma consequência do meu trabalho, então eu fazendo bem o meu trabalho aqui no Atlético de Madrid, quem sabe no futuro posso ser lembrado pelo Dunga?”, comenta.

Apesar de ponderar a chance, Guilherme avisa que uma eventual convocação não tira seu sono e nem o preocupa: “sei que hoje a Seleção está muito bem servida com o Marcelo, com o Filipe Luís e outros meninos que estão sendo testados. Claro que, como brasileiro, é um sonho. Seria um prêmio por tudo àquilo que já passei aqui fora”, finaliza.

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