Advogado do Grêmio mira reversão de pena “inédita e draconiana” aplicada

  • Por Jovem Pan
  • 07/09/2014 15h12
Facebook/Divulgação Jogadores do Grêmio entraram com faixa contra racismo na partida diante do Bahia

O Grêmio recebeu uma punição histórica nesta semana ao ser excluído pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Copa do Brasil, depois do caso de racismo por parte de alguns torcedores presentes na Arena do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o advogado do Grêmio, Thiago Brunetto, falou sobre a punição, considerada pesada pelo clube, e sobre a esperança da instituição em reverter a exclusão da Copa do Brasil.

“Nós ingressamos na sexta-feira (5) com o recurso, tão logo recebemos oficialmente a decisão de quarta-feira do STJD e agora estamos na expectativa de remarcar a data deste julgamento. Agora estamos na expectativa de remarcar a data deste julgamento para que essa questão seja decidida antes da disputa das quartas de final da Copa do Brasil, que está marcada para a primeira semana de outubro”, disse. “Temos a expectativa de ter esse julgamento ainda no mês de setembro nesta tentativa do clube de reverter a pesada e inédita punição que recebemos”, continuou.

O profissional do Grêmio explicou que o clube fez questão de recorrer da decisão do tribunal e destacou que o time porto-alegrense fez tudo para que os envolvidos no episódio fossem identificados.

“O Grêmio, assim que recebeu o conteúdo dos votos, exerceu seu direito de recorrer e pleiteou em seu recurso a concessão do efeito suspensivo. Nós temos a preocupação de não tumultuar a competição. Acreditamos que o STJD tem todas as condições de marcar esse julgamento no curso do mês de setembro ainda. A expectativa do Grêmio é tentar reverter a exclusão da competição”, falou. “O clube colaborou de todas as formas que estavam em seu alcance para que houvesse a identificação das pessoas que participaram do episódio, há um inquérito policial em tramitação, já houve a identificação de três dos torcedores, em um universo de cinco pessoas, entendemos que, pelas circunstâncias do caso, não se justifica a pena inédita e draconiana aplicada à instituição, até porque ela cria uma generalização e a gente não aceita isso. Acreditamos que algo que foi praticado por cinco torcedores não seja representativo dos 40 mil que estavam no estádio e dos 8, 9 milhões de torcedores que o Grêmio tem”, observou.

Brunetto frisou ainda que o Grêmio não aceita a generalização que tem sido feita contra os torcedores do clube, já que os atos racistas foram praticados por uma considerável minoria dos apoiadores.

“A generalização que o Grêmio, desde o primeiro momento, refutou ela gerou aquilo que a gente viu muito bem ontem (sábado), pois os torcedores do Grêmio que foram ao Maracanã foram, por alguns setores da torcida do Flamengo, muito mal recebidos”, frisou. “Nós não nos conformamos com isso, pois entendemos que o Grêmio tem uma tradição histórica e uma relevância no cenário do futebol brasileiro a qual não cabe atribuir essa pecha de uma instituição ou de clube racista. O Grêmio é o único clube do futebol mundial que tem, em sua bandeira, em seu maior símbolo, uma estrela dourada homenageando um atleta negro, Everaldo (Marques da Silva), único gaúcho tricampeão do mundo no México em 1970”, finalizou.

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