LaMia estava com seguro suspenso e não podia voar para a Colômbia, revela CNN

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2017 11h40
Reprodução Twitter Avião da LaMia que há um ano levaria elenco da Chapecoense à Colômbia

A emissora norte-americana CNN revelou nesta quinta-feira que a apólice de seguro contratada pela LaMia, empresa aérea que conduzia a delegação da Chapecoense no trágico acidente que deixou 71 vítimas em novembro do ano passado, não estava em vigor na época do voo e não cobria voos para a Colômbia.

De acordo com documentos obtidos pelo canal de notícias, a apólice da LaMia venceu no início de outubro por falta de pagamento. Além disso, o contrato que a empresa boliviana obteve não cobria viagens para a Colômbia. O país aparecia em uma cláusula de exclusão no contrato, que incluía também países como o Peru, Afeganistão, Síria e Iraque.

Mesmo ciente de que não poderia realizar voos com destino à Colômbia, a LAMia conseguiu oito autorizações para ir ao país desde que a apólice de seguros foi assinada, em abril de 2016.

Segundo Fredy Gutierrez, advogado colombiano entrevistado pelo site da CNN em espanhol, tanto a Bolívia, de onde o avião da LaMia levantou voo, quanto a Colômbia, podem ser punidas por terem autorizado a viagem:

“O que vejo neste caso é uma dupla omissão, tanto das autoridades de onde saiu o voo quanto das autoridades de onde ele deveria chegar. Então, por ter havido um acidente, os familiares podem processar esses dois países”, afirmou o advogado.

A reportagem cita ainda que a legislação boliviana prevê que as autoridades dos aeroportos poderiam suspender a empresa se encontradas irregularidades na apólice de seguros. Já as leis da Colômbia têm prerrogativas que controlam a documentação das aeronaves que chegam e saem do país, inclusive apólices que não cobrem o seu território. Ambas as regras foram infligidas na ocasião do acidente.

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