Quais as semelhanças do episódio Luiz Otávio com o “Caso Héverton”?

  • Por Jovem Pan
  • 19/05/2017 21h52
Reprodução-Twitter Conmebol Zagueiro Luiz Otávio

A Chapecoense pode ser eliminada por conta da escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio, na vitória por 2 a 1 diante do Lanús, pela Libertadores. Os catarinenses alegam “mal-entendido” junto a Conmebol, mas o expediente não é novidade no mundo da bola. Em 2013, a Portuguesa foi rebaixada para a Série B, pelo mesmo motivo. O meia Héverton estava suspenso e não poderia enfrentar o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro.

Até hoje a Lusa sofre as consequências pelo “erro”, uma vez que está atolada em dívidas e figura na Série D do Brasileiro e na Série A2 do Campeonato Paulista. Há desconfianças de que dirigentes do próprio clube teriam bancado o jogador, que atuou apenas dez minutos naquela partida.

Mas afinal, o que os episódios envolvendo Portuguesa e Chapecoense têm em comum?

Falta de comunicação

A Chapecoense diz que não recebeu nenhuma notificação da Conmebol, enquanto a entidade afirma que enviou o documento para um e-mail do clube. O clube, entretanto, alega que o endereço informado não é o que está cadastrado junto a CBF. Em 2013, a Portuguesa também se “perdeu” no “telefone sem fio”.

O resultado do julgamento de Héverton saiu na noite da sexta-feira. O clube contava com o advogado Osvaldo Sestário no Rio de Janeiro, que acompanhou a decisão do STJD. Mas a informação de Sestário parece ter chegado meio “deturpada” no Canindé. Afinal, nem o então presidente Manuel da Lupa sabia da punição de Héverton.  

Inocência?

Em entrevista à Jovem Pan, o vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Pallaoro, garantiu que o departamento de futebol do clube foi notificado pela Conmebol sobre a suspensão do zagueiro Luiz Otávio, apenas momentos antes da partida contra o Lanús, na Argentina. Enquanto, o jurídico não tinha nenhum documento enviado pela entidade que comprovasse a punição.

Mesmo sabendo dos riscos, o clube desafiou e resolveu escalar o jogador. Episódio semelhante ao da Portuguesa em 2013. A Lusa tinha 48 pontos e só cairia dentro de campo se fosse goleada pelo Grêmio, e graças a uma combinação de resultados envolvendo Fluminense e Flamengo. Só que a escalação irregular do meia fez com que o clube perdesse quatro pontos, beneficiando diretamente as duas equipes cariocas, mais precisamente o Fluminense que saltou para o 15º e se livrou da queda. O Flamengo também foi punido pela escalação irregular de André Santos, mas terminou a competição uma posição à frente da Portuguesa.

Ao contrário da Chape, o departamento de futebol da Lusa não tinha qualquer conhecimento ou desconfiança de uma possível punição de Héverton, tanto que o atleta entrou em campo para jogar apenas dez minutos. Só que o mesmo não se pode dizer do departamento jurídico.

Ou má fé?

Em investigação, o Ministério Público de São Paulo, chegou a constatar que a Lusa tinha “vendido” a sua vaga na 1ª divisão. Mas até então nada foi provado, ninguém foi punido e o caso arquivado.

Quanto ao episódio da Chapecoense ainda não dá para tirar nenhuma conclusão, pois o recurso será julgado nesta segunda-feira. Caso punida, a equipe brasileira será derrotada por 3 a 0, e automaticamente estará eliminada da Libertadores, beneficiando assim Lanús-ARG e Nacional-URU, que apenas decidiriam a primeira colocação do grupo 7.  

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