04 de julho de 2012: A cidade que nunca dorme amanheceu alvinegra

  • Por Lucas Tomazelli/Jovem Pan
  • 15/01/2015 17h14
SÃO PAULO, SP - 04.07.2012: LIBERTADORES/CORINTHIANS x BOCA - Emerson, do Corinthians, comemora após marcar gol na partida contra o Boca Juniors, válida pela final da Taça Libertadores da América 2012, realizada no estádio do Pacaembu, na zona oeste da capital paulista, nesta quarta-feira. (Foto: Mário Angelo/Sigmapress/Folhapress) Mário Angelo/Sigmapress/Folhapress Emerson Sheik comemora um de seus gols do título do Corinthians na Libertadores 2012

São Paulo é uma cidade que respira futebol. Foi lá que nasceram Corinthians, São Paulo e Palmeiras que acabaram fazendo história em gramados mundo afora. Foi lá que times como Portuguesa, Juventus e Nacional se tornaram tradicionais e marcaram seu nome no esporte brasileiro. Foi justamente nessa metrópole, no estádio do Pacaembu, que uma partida se tornaria inesquecível para todos os amantes de futebol que lá residem. O duelo entre Corinthians e Boca Juniors, pela final da Libertadores 2012, no dia quatro de julho, foi capaz de parar a incasável metrópole, foi capaz de unir rivais e foi capaz, por fim, de proporcionar uma festa popular de intensidade pouco vista nessas ruas de mais de 460 anos.

O corintiano costumava ser o principal alvo de piadas quando se falava de futebol em São Paulo. Havia até uma conhecida canção, entoada por seus rivais que dizia que o Corinthians jamais “veria” a Copa Libertadores. O alvinegro, cabisbaixo já havia presenciado três conquistas do São Paulo e um triunfo do Palmeiras. Esperava paciente pelo seu momento. Pelo momento em que poderia andar pelas ruas da capital sem sentir a ausência desse título, completamente orgulhoso do time pelo qual não só torce, como também dedica boa parte da vida.

Demorou, mas chegou. Após incansáveis insucessos no torneio, o Corinthians chegava à decisão e tinha a chance de levantar o título em São Paulo, ao lado de seus fieis torcedores. Para isso, teria “apenas” que superar o temido Boca Juniors, grande carrasco de brasileiros na competição. Depois de um empate na Argentina, foram longos sete dias de expectativa na capital paulista. Corintianos apreensivos tentavam demonstrar confiança enquanto ouviam de todos os riviais que não, que a América era grande depois para o clube.

No dia da partida, “a cidade que nunca dorme” acordou preto e branca. Desde cedo, torcedores foram às ruas vestidos de Corinthians e o Pacaebmu recebeu fieis ansiosos, que sonhavam em sair de lá consagrados, de alma lavada. Quando o apito inicial soou, nada de “cidade mais industrializada do país” ou “maior centro comercial da América Latinal”. São Paulo era o palco da história. Era ali que corintianos se vingariam ou se afundariam de vez.

Os primeiros 45 minutos foram tensos e apenas adiaram o desfecho daquele embate histórico. Na metade final, quem se sagraria como heroi dessa trama é um atacante nascido em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, mas que iniciou sua carreira na capital paulista, nas categorias de base do rival São Paulo. Émerson Sheik recebe de Danilo e…Corinthians na frente. Émerson Sheik intercepta o passe de Schiavi e…explosão preta e branca no Pacaembu. Apito final e…festa marcada por choro, alívio, euforia, tudo o que o corintiano tinha de direito após tanta espera.

Corinthians 2 x 0 Boca Juniors, no dia 04 de junho de 2012, jamais vai ser esquecido por quem vive de futebol na capital paulista. A expectativa antes do jogo, a festa na rua após o titulo, a frustração dos rivais. Todos esses fatores foram essenciais para transformar um duelo em um dos mais emocionantes que os gramados de São Paulo já presenciaram.

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