Hoje cantor, Fabrício Carvalho relembra problema no coração e revela amor ao Corinthians

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2016 16h37

Fabrício Carvalho ficou dois anos longe do futebol depois de exames no coração

Ferroviária/Divulgação Fabrício Carvalho ficou dois anos longe do futebol depois de exames no coração

Fabrício Carvalho, definitivamente, não tem uma história de vida comum. Afastado do futebol em 2005, quando vivia o auge da carreira e era cobiçado por grandes clubes do futebol brasileiro, o ex-atacante ficou dois anos longe dos gramados graças a um problema cardíaco. Voltou em 2007 e atuou por mais oito temporadas, é verdade, mas, nunca mais no mesmo nível que o fez ser cotado até para a Seleção Brasileira.  

Hoje, um ano depois de se aposentar, Fabrício Carvalho se dedica à música, lembra com tristeza dos quase 700 dias em que ficou afastado do futebol e revela um amor de infância: o Sport Club Corinthians Paulista. Em entrevista exclusiva ao repórter Raphael Thebas que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, o ex-atacante abriu o coração e contou que a melhor recordação que guardou dos quase 20 anos de carreira foi a primeira vez que enfrentou o time de Parque São Jorge.  

Tudo aconteceu em 2002, quando o então jovem Fabrício Carvalho vestia a camisa da Ponte Preta. A maior alegria da minha vida foi ter atuado contra o CorinthiansEu me lembro muito bem, porque sempre fui fanático pelo clube. Vibrei muito com aquelas conquistas dos anos 1990“, revelou. 

“Quando tive a oportunidade de jogar contra o meu time do coração, tremi na base. Ficava olhando para a Gaviões, torcida que eu só via pela televisão… Foi algo impressionante. Ficou esse gostinho de nunca ter vestido a camisa do Corinthians profissionalmente, mas a vida é assim mesmo. Não tenho nada a reclamar“, acrescentou, satisfeito pela sua trajetória no futebol. 

E ela foi marcada por um afastamento um tanto quanto polêmico. Em fevereiro de 2005, Fabrício Carvalho jogava no São Caetano e vivia o melhor momento da carreira, quando foi reprovado em um teste cardíaco. O atacante fazia o tradicional exercício de esteira no momento em que o departamento médico do clube paulista diagnosticou anormalidades nos seus batimentos cardíacos. 

Como Serginho havia infartado e morrido dentro de campo poucos meses antes, o São Caetano teve receio em escalar Fabrício Carvalho dali em diante. De início, o afastamento duraria alguns meses. Mas, mesmo sem um diagnóstico mais preciso, o retorno do atacante foi sendo adiado. No total, dois anos se passaram até que o jogador enfim voltasse a entrar em campo, no Goiás, em 2007. 

O tempo que ficou longe dos gramados mexe com Fabrício Carvalho até hoje. “Foi algo impactante. Você nunca imagina que certas coisas vão acontecer na sua vida. E justo no melhor momento… Passei por diversas dificuldades e, logo no auge, fui impedido de continuar com a minha trajetória. Lembro deste momento com bastante tristeza, mas, hoje, ele serve de alento para muitas pessoas. Dou palestras em escolas e igrejas relato a minha história de superação”, contou. 

De 2007 em diante, Fabrício Carvalho sequer flertou com o sucesso que teve em 2004 – quando foi artilheiro do São Caetano com 25 gols, chegou a ser cobiçado por clubes como o São Paulo e sonhou com uma convocação à Seleção Brasileira. Desde que voltou ao futebol, o atacante passou por equipes de menor porte, como Portuguesa, Remo, Bragantino, Oeste e Cabofriense, até se aposentar no ano passado, no Taboão da Serra – clube em que jogou ao lado de Viola. 

Hoje, Fabrício Carvalho é dono de uma associação que realiza trabalho social em Andradina, interior de São Paulo, e também trabalha no agenciamento de atletas. Mas não só isso. Durante os dois anos em que ficou longe do futebol, agora ex-atacante desenvolveu outro dom: o musical. Com dois CDs gravados, o ex-jogador começa a se arriscar no concorrido mercado da música gospel – como compositor e cantor. 

“É uma coisa na qual eu tenho procurado me especializar. Está no meu sangue. Meu pai foi sambista, minha tia também cantava, e eu aprendi a tocar violão com 12 anos”, contou, certo de que o tempo em que ficou afastado dos gramados lhe ajudou a seguir pelo caminho artístico. “O problema pelo qual eu passei com certeza aflorou ainda mais esse meu desejo de fazer canções evangélicas. Tenho aprendido harmonia musical, me especializado. Recentemente, fiz até um show em uma igreja de Guarulhos”, encerrou, feliz pelo rumo que a sua carreira tomou.

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