Sem legitimidade, impeachment não é votado e Roberto de Andrade segue no cargo

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 20/02/2017 21h20
André Ranieri / Jovem Pan Processo de impeachment de Roberto de Andrade não é votado e presidente segue no cargo

O presidente Roberto de Andrade não passará mais por um processo de impeachment. A votação para julgar as supostas irregularidades do dirigente sequer foi realizada. De acordo com informações do repórter da Jovem Pan, André Ranieri, uma votação prévia, realizada na noite desta segunda-feira, já foi suficiente para que o cartola escapasse de qualquer punição e garantisse a manutenção de seu mandato.

O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, decidiu abrir votação de admissibilidade do processo contra Roberto de Andrade. Os conselheiros tinham que falar se concordavam ou não com a realização da votação para definir o futuro do dirigente. Existia uma brecha no estatuto do clube que permitia a realização desta “pré-votação” e Strenger decidiu utilizá-la.

Inicialmente, cada conselheiro iria votar secretamente. Strenger sugeriu que o voto fosse aberto, na contagem “senta e levanta”. Quem era favorável a abertura da votação, devia se levantar e quem era contra, ficava sentado. A decisão gerou muita discussão, então definiu-se voltar a opção secreta.

No fim, compareceram 266 conselheiros dos 341 possíveis e 183 optaram para que não fosse realizada a votação. Oitenta e um disseram sim, houve ainda um voto em branco e mais um voto nulo. Com a decisão, não houve aprovação dos motivos da convocação para a análise dá destituição do presidente e ele permanecerá no cargo.

O processo contra o dirigente teve início em 22 de novembro do ano passado, quando 63 conselheiros entregaram ao Conselho Deliberativo do Corinthians o pedido de saída de Roberto de Andrade. A acusação era de assinaturas fraudulentas do dirigente em contratos do Itaquerão e em ata de reunião em que ele teria assinado como presidente antes de assumir o cargo.

A pressão ficou ainda maior com o passar do tempo pelo fato do dirigente se afastar de alguns de seus principais aliados. A reclamação é que Roberto de Andrade tem sido muito centralizador e não ouve nem mesmo seus vices. Um dos aliados que se distanciou dele foi o ex-presidente Andrés Sanchez.

Para piorar a situação do presidente, o time não rendia em campo e ele fez constantes mudanças na comissão técnica, antes mesmo de ter início o processo de impeachment. Só no ano passado, foram quatro treinadores diferente. Tite – que foi para a seleção brasileira – Cristóvão Borges, Fábio Carille e Oswaldo de Oliveira.

No dia em que anunciou a demissão de Oswaldo de Oliveira, Roberto assegurou que Carille não tinha chance alguma de ser efetivado e que iria atrás de outro treinador. Pouco depois, anunciou o ex-auxiliar técnico como novo comandante, após várias recusas. Roberto, entretanto, assegura que tentou apenas a contratação do colombiano Reinaldo Rueda.

Com a manutenção no cargo, Roberto de Andrade permanecerá na presidência do Corinthians até fevereiro do ano que vem.

Manifestação

Antes da abertura da reunião no Conselho Deliberativo do Corinthians, dezenas de torcedores alvinegros compareceram a porta do Parque São Jorge para protestarem contra a diretoria, cobrando transparência e respeito ao clube. Além das faixas e bandeiras, os torcedores corintianos puxaram os famosos gritos de “Roberto (de Andrade), cu***… fora do Timão” e “Andrés (Sanchez), vai se fu…o Coringão não precisa de você”.

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