Surpreso, consultor de arbitragem diz: “não foram erros de Amarilla”

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2015 13h47
EFE Acusado de ajudar o Boca Juniors contra o Corinthians em 2013

O escândalo envolvendo o árbitro paraguaio, Carlos Amarilla, no jogo entre Corinthians e Boca Juniors na Libertadores de 2013 surpreendeu o consultor de arbitragem, Gustavo Caetano Rogério. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Gustavo, que é ex-inspetor de árbitros da Conmebol, afirmou que não vê Amarilla como um juiz desonesto, mas reconhece que a arbitragem na polêmica partida disputada no Pacaembu é, no mínimo, estranha.

“Fui pego de surpresa por se tratar do Amarilla. Durante alguns anos fui inspetor de árbitros da Conmebol e fiz muito jogos dirigidos pelo Amarilla e nunca me pareceu ser esse tipo de árbitro malando. Por outro lado, não posso, de forma alguma, aceitar como normal a atuação dele naquele Corinthians e Boca. Os erros cometidos naquele jogo ‘não foram erros de Amarilla’. Isso levanta suspeita inegavelmente”, comentou o consultor de arbitragem.

“Sempre confiei muito no Amarilla. Mas, repetindo, aquela partida, foi totalmente anormal. O que chama muito a atenção é o fato de que ‘Amarilla não foi o Amarilla’ naquele jogo”, completou.

Gustavo Caetano destacou que o paraguaio sempre se destacou pela boa colocação para acompanhar os lances nas partidas e que os erros no polêmico jogo levantam suspeitas: “Amarilla sempre primou pela boa colocação em campo, sua colocação sempre foi muito perfeita para que exerça a profissão. Foram erros primeiros que até alunos de escola não cometem. Aquela partida soou absolutamente estranha”, explicou.

Conhecendo bem o árbitro paraguaio, o consultor voltou no tempo e relembrou momentos em que pessoas supostamente “vendiam” a arbitragem sem nem ter contato com o juiz: “tudo que se ouvir nas gravações na Argentina, é muito comum. Muito dirigentes jogam com essas situações. Da mesma forma que antigamente havia pessoas que ‘vendiam’ os árbitros. Ofereciam o árbitro a um clube, recebia o dinheiro, se o clube vencesse o jogo, ele ficava com o dinheiro, se não vencesse, dizia ‘olha, não foi possível comprar’, e devolvia o pagamento”, comentou Gustavo.

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