Ameaçado de morte por torcida, Brunoro projeta Palmeiras forte a partir de 2015

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2014 14h33

Dirigente falou sobre Alan Kardec Lorena Ribeiro/Jovem Pan Brunoro no Esporte em Discussão

O diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, falou sobre a situação do clube durante a sua participação no Esporte em Discussão, da rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (16). O dirigente contou que recebeu ameaças de morte da torcida organizada, mas que segue forte defendendo o objetivo e filosofia do presidente Paulo Nobre, que está recuperando a saúde financeira do clube para 2015. Além disso, ele comentou sobre a polêmica envolvendo Alan Kardec, a situação de Valdivia na Academia de Futebol e também sobre o futuro de Wesley.

Conformado com a situação difícil pelo qual passa o Alviverde no Campeonato Brasileiro desse ano, Brunoro diz que o elenco do time não dá condições para pensar no título, mas ressalta que não era para estar na parte de baixo da tabela. O cartola acredita que a equipe lutará por uma vaga na Copa Sul-Americana.

“O time do Palmeiras não é para ser campeão, mas não é para estar na zona de rebaixamento. Vai brigar por uma vaga na Sul-Americana”, garantiu, explicando logo em sequência que é dolorido ter um pensamento pequeno comparado a grandeza do clube. “O Palmeiras tem que pensar grande sempre e ele vai ser muito grande. Espero que todos vejam isso no futuro porque tudo isso que estamos fazendo vai deixar o clube muito forte. É duro eu falar que o time vai brigar pela sul-americana, o Palmeiras sempre tem que brigar pelo título, mas as circunstâncias do torneio nos colocaram assim”, completou.

O dirigente rebateu as declarações de Alan Kardec, que afirmou ter deixado o Verdão por conta de uma “pechincha” de 5 mil reais. Para Brunoro, se Kardec quisesse mesmo ficar no clube, teria aberto mão de valor tão pequeno.

“Não é correta a informação. Vamos inverter o processo, no contrato de 4 anos, ele não poderia abrir mão de 5 mil reais caso gostasse do Palmeiras? Isso já responde. Ele não deu a última apalavra ao Palmeiras, ficou uma diferença na última proposta em que ficou um valor x. Ficou uma diferença de 5%, mandei irem para casa e darem a resposta depois e nunca mais ligaram”, comentou.

Apesar das dificuldades financeiras que vem passando nos últimos anos, a instituição centenária pode ter uma melhora significativa a partir de 2015. O diretor executivo revelou que a política imposta por Paulo Nobre vem dando resultados e que o Palmeiras estará em condições plenas para poder ir atrás de um patrocínio máster e adquirir jogadores de qualidade para reforçar o elenco. Brunoro ainda ressalta a vantagem de ter a Allianz Parque em funcionamento e que a instituição foi uma das poucas a não atrasar pagamentos de salário e imagem no Brasil.

“O critério financeiro do Palmeiras teve um objetivo com a chegada no Nobre, que era a recuperação financeira do clube. Esse ano chegamos a 35% e ano que vem estaremos em condições plenas. Foi feita toda uma reestruturação. O Palmeiras vai economizar R$ 300 milhões. A partir do próximo estaremos com a plenitude da receita e com a arena funcionando. Dentro desse critério, foi um dos únicos que não atrasou salário ou imagem um dia sequer”, informou.

Brunoro fez questão de defender Valdivia das críticas de que faz corpo mole. Segundo o diretor executivo, o Mago teve todas as suas lesões confirmadas por exames de imagem e que ele possui uma musculatura mais frágil do que a dos demais atletas do elenco. O cartola palestrino afirmou que o clube e o jogador entrarão com processo contra o Al-Fujairah dos Emirados Árabes pela quebra da negociação entre as partes.

Confira outros trechos da participação de José Carlos Brunoro no Esporte em Discussão:

Demissão de Gareca

“Foi uma decisão profissional de um grupo de trabalho. Nós quando seguramos o Kleina por tanto tempo, acreditamos em seu trabalho. Eu sempre gostei de entrevistar treinadores, porque ele é um funcionário que está indo para uma empresa. Eu fui entrevistar o Vanderlei e o Dorival e falou-se do nome do Gareca. O Omar e o seu Genaro foram para a argentina e eu fui entrevistar o Arce no Paraguai. Fui para lá falar com ele e tentar trazer o Moreira. O Arce disse que não iria quebrar o contrato e o empresário do jogador foi morto naquela semana. Ele veio na situação de um currículo muito bom. Eu não estava atuando forte no departamento. Acho que ele poderia ter assumido quando chegou. Analisou o elenco e pediu reforços. O Palmeiras deu. Ele não conseguiu se adaptar ao futebol brasileiro e não poderíamos arriscar ficar com o treinador, precisava fazer uma mudança”.

Situação no Verdão

“Minha situação é a seguinte: sou diretor executivo, fui contratado para profissionalizar o futebol do Palmeiras. Não tenho humanamente tempo para me dedicar em outras funções além do futebol. Quando houve a saída do diretor de marketing, não haveria tempo para contratar alguém. Sou profissional com contrato até dezembro. Se o Paulo ganhar e achar que eu devo ficar, tudo bem. Se ele não quiser, isso é normal no mercado, não há problema”.

Barcos

O Barcos foi a coisa que mais sofri na minha vida. Ele era um ídolo e eu tendo que começar uma Libertadores e com salários atrasado para ele e afirmando que não queria jogar a Série B. O que poderíamos fazer, mas precisamos tomar uma postura, pois poderíamos perder o jogador”.

Wesley

“Tudo passa a ser um pepino quando não se consegue renovar. Se não renova o CPL do jogador, você passa a ser incompetente. Com o Wesley tá bem adiantado, ele pode ter outros planos, assim como o Alan Kardec teve. O Palmeiras não vai fugir de suas condições neste momento. Já conversamos e espero uma resposta nesta semana”.

Relação com a torcida

“Criamos uma situação difícil com a organizada por conta das agressões na argentina. Mas dentro de campo ando vendo uma situação interessante, em todos os jogos a torcida não para de incentivar em nenhum minuto. Fico muito triste, percebo ameaças de morte e outras coisas. Faz parte do futebol, o que acho uma bobagem. Aceito crítica, não sou nenhum Deus, não preciso ser ameaçado. Temos que conviver e tentar melhoras. Não pode se entregar, tem que enfrentar o problema. Não tenho nada que esconder, não estou fazendo nada de errado, estou seguindo a filosofia do clube”.

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