Conciliador e elo entre Nobre e Mustafá: conheça o favorito a presidir o Palmeiras

  • Por Bruno Landi/Jovem Pan
  • 20/09/2016 17h45

Maurício Galiotte (à esq.) é o principal candidato a suceder Paulo Nobre no comando do Palmeiras

Cesar Greco/Agência Palmeiras Maurício Galiotte (à esq.) é o principal candidato a suceder Paulo Nobre na presidência do Palmeiras

Uma reunião entre conselheiros, na noite da última segunda-feira, definiu o candidato da situação do Palmeiras às eleições do fim do ano. Atual vice-presidente alviverde, Maurício Galiotte vai concorrer ao cargo máximo do clube em novembro. E o favoritismo dele é enorme – talvez o maior dos últimos 20 anos. Homem de confiança de Paulo Nobre, Galiotte só não será o presidente palmeirense em 2017 se alguma improvável catástrofe política se consumar pelos lados da Barra Funda.  

Tamanho favoritismo se justifica. Conciliador, Maurício Galiotte goza de enorme prestígio junto a todas as alas do tradicionalmente conturbado quadro político alviverde. Não bastasse isso, ainda é visto como um dos únicos sujeitos capazes de dar continuidade ao bom trabalho realizado durante o segundo mandato de Paulo Nobre – que teve início em novembro de 2014.  

Do excelente trânsito dentro do clube às boas relações com os principais parceiros alviverdes, Galiotte é o nome da vez na política palmeirense – e as eleições no fim do ano devem confirmar isto. Quem explica tudo é Fredy Júnior, repórter da Rádio Jovem Pan e setorista do clube de Palestra Itália desde 2002.

Em contato com o Jovem Pan OnlineFredy dissecou o principal favorito à presidência do Palmeiras e garantiu: será uma enorme surpresa se ele não for eleito em novembro. 

O Maurício Galiotte não tem praticamente nenhuma resistência dentro clube. É quase zero de rejeição”, constatou o repórter da Rádio Jovem Pan, antes de revelar um importantíssimo atributo político do atual vice-presidente alviverde. “Ele é um cara que possui boa relação com o ex-presidente Mustafá Contursi. E, por incrível que pareça, ainda é muito importante passar pelo crivo do Mustafá para se eleger no Palmeiras. 

Mustafá Contursi foi presidente do Palmeiras entre 1993 e 2005. Neste período, o clube firmou parceria com a Parmalat e ganhou praticamente todos os títulos possíveis – do Paulista à Libertadores, passando pela Copa dos Campeões, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Torneio Rio-São Paulo e Copa Mercosul. O time alviverde também foi rebaixado durante a gestão de Mustafá, é verdade, mas os 12 anos à frente do Palmeiras deram absurda importância política ao ex-presidente – hoje conselheiro vitalício do clube.  

“O Mustafá ainda é um dos homens mais fortes da política do Palmeiras, senão o mais forte. É preciso ter boa relação com ele para garantir uma tranquilidade política na gestão do clube“, analisou Fredy Júnior. O Mustafá foi muito consultado por conselheiros e diretores do Palmeiras durante a era Paulo Nobre, por exemplo. E era exatamente Galiotte quem fazia essa ponte, complementou.

Ter sido o elo entre Nobre e Mustafá explica a força do atual vice-presidente do Palmeiras. Mas não a resume. A perspectiva de melhora do clube também contribui para o favoritismo de Galiotte nas eleições de novembro. Ele, afinal, funcionou como espécie de “pacificador” da gestão Paulo Nobre. Foi graças à capacidade do dirigente, por exemplo, que as ligações do Palmeiras com Crefisa e WTorre não se deterioram de vez – há a expectativa de que se, eleito, Galiotte lidere, já no fim do ano, a renovação contratual do Palmeiras com a sua principal patrocinadora. 

“O Maurício Galiotte tem uma relação muito boa com a Crefisa e com a WTorre. Pode, então, acertar esse lado no qual o Paulo Nobre deixou a desejar à frente do Palmeiras”, apostou Fredy Junior. “Houve momentos de estremecimento entre Palmeiras, WTorre e Crefisa durante o último mandato do Nobre. O Galiotte é um candidato que promete acalmar os ânimos entre as partes”, acrescentou. 

E os trunfos de Galiotte não param por aí. A tendência é que até mesmo a sede social do Palmeiras receba mais atenção com o novo presidente – essa era uma das principais críticas dos associados alviverdes a Paulo Nobre“Muitos reclamaram que, por causa do braço de ferro com a WTorre, o Palmeiras não conseguiu manter alguns benefícios da sede social. A quadra de tênis diminuiu, alguns departamentos mudaram de lugar, o prédio administrativo também passou por modificações… A perspectiva é de que a boa relação do Galiotte com a WTorre alavanque o atendimento à sede social do Palmeiras, contou Fredy. 

Neste momento, apenas o vice de Paulo Nobre oficializou candidatura à presidência do Palmeiras. Em outubro, o Conselho Deliberativo do clube votará o filtro para as chapas que tiverem sido lançadas. Para concorrer na eleição, votada pelos sócios do clube, cada chapa precisa da aprovação de ao menos 15% do Conselho Deliberativo.  

Enfraquecida, a oposição teme até mesmo a reprovação na votação do conselho. Assim, pode, por que não, abrir mão de lançar candidatura – o que deixaria o pleito em situação rara, com chapa únicaSe isso vai acontecer ou não, ninguém sabe. A única certeza que se tem é a de que, seja com uma, seja com duas, seja com dez chapas, Maurício Galiotte dificilmente deixará de suceder Paulo Nobre na presidência do Palmeiras.

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