Dorival Júnior se diz chateado com demissão e rasga elogios a Valdivia

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2014 13h06

O técnico Dorival Júnior Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação Dorival Júnior

Após atingir o objetivo de livrar o Palmeiras do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Dorival Júnior foi desligado do cargo, o que não o deixou nada feliz. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o ex-técnico palmeirense não se disse decepcionado com a demissão, mas não escondeu a chateação.

“Decepcionado, não. Eu fico chateado porque, no momento da minha contratação, eu coloquei para a diretoria do Palmeiras que aceitaria o convite com todo o prazer, desde que não fosse para que apenas cumpríssemos o Campeonato Brasileiro, porque eu já tinha passado por uma situação como essa no Vasco da Gama”, disse. “Eu acho que você se responsabilizar ao final de uma competição, pegar um trabalho em andamento, não tendo a possibilidade de montá-lo, é um complicador. A gente não teve um momento sequer para trabalhar essa equipe, fomos conhecendo o elenco dentro da própria competição”, prosseguiu.

Falando sobre os possíveis problemas com os atletas argentinos do elenco, Dorival garantiu que não houve desavenças.

“Quero deixar bem claro uma coisa: não tive problema com nenhum dos quatro (Cristaldo, Allione, Mouche e Tobio). O episódio do Tobio, que foi o último desses todos, ele é um zagueiro, vinha de uma recuperação, 15 dias praticamente parado. Ele treinou naquela semana decisiva do Palmeiras na terça e quarta. Fui abordá-lo na quinta, estava vendo o ritmo de trabalho dele, e quando cheguei perto dele, falei: ‘Tobio, eu estou vendo sua reação’. Ele falou: ‘professor, estou com algumas dores muito fortes e são dores que estão localizadas. Não sei diferenciar se é uma dor muscular muito forte ou se é resquício da lesão que eu tive’. Eu chamei ele e disse que estava chamando ele para dizer que é um momento de decisão, um jogo fundamental, e neste momento eu preciso tomar todas as precauções possíveis”, observou. “Falei que ia analisar muito bem para ver que posição eu tomava, até porque a gente não poderia errar e ele era um zagueiro. No dia seguinte, o Tobio se apresentou e comunicou ao departamento médico que as dores estavam fortes e que ele não iria conseguir nem treinar. Então, é natural que eu tenha descartado ele para o jogo de domingo”, prosseguiu.

O treinador também reiterou sua confiança em Wesley e explicou por que manteve o meio-campista na equipe. “Eu banquei porque sempre acreditei muito no jogador e jamais vou deixar de acreditar, a não ser que ele próprio passe a não acreditar em si próprio. Sei que ele viveu um momento muito difícil, não jogando dentro de suas melhores condições em termos de produção. O Wesley poderia ter produzido muito mais, mas ainda assim era, foi e será um jogador importante sempre”, admitiu.

Para Dorival, o meia chileno Valdivia foi um dos grandes responsáveis pela meta ter sido atingida e o ex-técnico do alviverde paulista rasgou elogios ao atleta.

“O Valdivia me mostrou um lado muito positivo. Eu não conhecia o Valdivia a fundo, apenas o admirava como um grande jogador, tecnicamente falando, e hoje eu saí do Palmeiras com a melhor das impressões. Uma pessoa que me mostrou um lado humano, pessoal e profissional muito acima do que eu esperava. Gostaria de tê-lo em qualquer equipe que eu dirigisse. Além de um grande atleta, acima da média, para mim ele mostrou um lado que eu não conhecia. Ele foi fundamental para que o Palmeiras atingisse esse objetivo”, frisou.

Por fim, Dorival Júnior exaltou a conquista do objetivo e revelou que sentiu que o Palmeiras não cairia para a segunda divisão.

“Eu tinha alguma coisa internamente que me fazia acreditar que nós não desceríamos. Isso aí é um ponto meu, interno. Agora, é natural que as coisas acontecendo da forma como vinham acontecendo, nos deixavam com certa insegurança. Não vou mentir, não vou tentar abafar um fato que realmente foi real. Mas eu tinha muita confiança. Foi apertado, foi difícil, foi com o menor número de pontos, mas o Palmeiras foi mantido na Série A e isso é mais importante do que qualquer situação”, finalizou.

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