Ídolo, Sérgio vê crise de goleiros e avisa: “vou oferecer parceria ao Palmeiras”

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2016 17h50

Terceiro da esquerda para a direita Divulgação Terceiro da esquerda para a direita

“Hoje em dia, você olha para os grandes clubes e precisa parar para pensar: quem é mesmo o goleiro do Grêmio? E do Vasco? DInter, Flamengo?”. A frase é de Sérgio Luís de Araújo, o carismático “Sérgião“, ex-goleiro que fez história no Palmeiras durante a década de 1990. Bicampeão paulista, brasileiro e reserva de Marcos na conquista da Copa Libertadores de 1999, o ídolo alviverde entende que há uma quase imperceptível crise de arqueiros no Brasil. E ele alerta: o sistema precisa mudar. 

“Os grandes clubes, sem exceção, tinham como grande referência o seu camisa 1. Mas, hoje em dia, se você parar para observar, são poucos os times que têm um goleiro com nível de Seleção, bastante identificado com a torcida”, atestou Sérgio, em entrevista ao locutor Fausto Favara para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan. “Acho que isso acontece por deficiências das categorias base e também dos clubes“, acrescentou. 

Para o ídolo palmeirense, as grandes equipes, hoje, não se preocupam com a formação dos goleiros. O trabalho delas, de acordo com Sérgio, é puramente voltado ao aprimoramento dos atributos já desenvolvidos pelos arqueiros quando mais jovens. Hoje aposentado, o ex-atleta de 45 anos pensa que tal situação precisa mudar. E ele se vê envolvido neste processo. 

A gente sai do clube, se aposenta, e o que fica é apenas a sombra daquilo que você fez. Não há um legado. O que falta é pegar um grande goleiro, que foi ídolo e fez um grande trabalho no clube, e deixá-lo lá para ensinar os meninos mais novosNão sei porque os clubes ainda têm essa barreira“, questionou Sérgio, que está prestes a inaugurar uma escolinha voltada apenas para a formação de goleiros. 

Eu me sinto na obrigação de passar a minha experiência para os jovens que querem seguir essa carreira“, contou, antes de revelar o desejo de fazer este trabalho chegar ao seu clube do coração. “Eu vou ver como os garotos da minha escolinha vão reagir e depois vou lá no Palmeiras oferecer uma parceria com o clube. O Palmeiras tem uma tradição imensa nessa posição“, encerrou.

É preciso lembrar que, embora seja um exemplo de clubes que revelou bons goleiros durante a história, o Palmeiras não tem conseguido formar grandes jogadores para a posição nos últimos anos. Prova disso, é que teve de ir ao mercado comprar Fernando Prass, em 2013. Foi a primeira vez que o clube contratou um goleiro desde 1994.

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