Leivinha revive Choque-Rei mais polêmico da história: “juiz me confessou erro”

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2016 19h14

Leivinha foi protagonista do São Paulo x Palmeiras mais controverso de todos os tempos

Agência Estado Leivinha foi protagonista do São Paulo x Palmeiras mais controverso de todos os tempos

São Paulo e Palmeiras vão se enfrentar neste domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. O clássico, apelidado de Choque-Rei, reúne uma das maiores rivalidades do futebol nacional e, obviamente, tem muitas histórias. Algumas delas, é claro, são bastante controversas, mas nenhuma supera a que aconteceu em 27 de junho de 1971.  

Naquele dia, os dois rivais decidiram o título do Campeonato Paulista no Morumbi, para mais de 100 mil pessoas, e o São Paulo, que jogava pelo empate, venceu por 1 a 0, garantindo a taça estadual. O gol tricolor foi anotado por Toninho Guerreiro, logo no início do primeiro tempo, mas o grande fato do jogo teve como protagonista o árbitro Armando Marques.  

Um dos maiores juízes da história do futebol brasileiro, ele anulou um gol legítimo de Leivinha, de cabeça, alegando que o palmeirense havia empurrado a bola para as redes com a mão. Se validado, o balanço de rede não necessariamente daria o título ao time alviverde, que precisaria virar a partida para ser campeão. No entanto, aquela polêmica decisão certamente minou a confiança da equipe palestrina, que saiu de campo com o vice-campeonato e uma histórica bronca com a arbitragem.

Desde então, 45 anos se passaram, e muito se falou sobre o erro de Armando Marques – que morreu em 2014. Especulava-se, inclusive, que ex-árbitro havia admitido a falha a pessoas próximas  algo que só se confirmou nesta semana, em entrevista exclusiva de Leivinha ao repórter Felipe Altarugio para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan. 

Principal personagem do lance mais controverso da história do Choque-Rei, Leivinha revelou que, anos depois da final de 1971, ouviu a confissão do erro de Armando Marques. “Estávamos jantando em Roma, onde fomos disputar um amistoso da Seleção contra a Itália, e ele pediu para se sentar ao meu lado e conversar a respeito daquele jogo. Eu achei normal, atendi prontamente, e aí ele me disse que realmente tinha errado, que depois tinha visto os lances pela televisão e que o gol havia sido de cabeça”, contou Leivinha. 

A revelação é emblemática, porque Armando relutou em admitir o erro que pode ter custado um título paulista ao Palmeiras. Bandeirinha naquela final de 1971, Dulcídio Wanderley Boschilia correu para o centro do campo depois da cabeçada de Leivinha e, no fim do jogo, não hesitou em falar à imprensa que tinha tomado tal atitude pois o gol havia sido legal. O excesso de sinceridade fez com que a relação dele com Armando ruísse – os dois ficaram anos sem se falar. 

Quase meio século depois do lance, Leivinha ainda não consegue compreender a decisão da arbitragem. “Não dá para entender por que o Armando anulou, porque foi uma jogada tão nítida, tão clara, tranquila… Não sei o que ele viu. E era um árbitro que apitava quase todas as finais da época”, recordou-se, antes de encerrar a entrevista com elogios à confissão que ouviu anos depois da polêmica: achei uma atitude bacana, porque pelo menos reconheceu o erro. Até então, ele nunca havia admitido isso em público. O árbitro é humano e todos nós estamos sujeitos a erros”. 

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